O presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, considerou esta quarta-feira ser "uma ficção" o início previsto para setembro da operação da linha do metrobus que ligará a Avenida da Boavista e a Praça do Império.
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"Estamos a falar de ficção", descreveu o autarca do Porto, Rui Moreira, citado pela Lusa, à margem da apresentação da Feira do Livro, quando questionado sobre o arranque do serviço de metrobus em setembro. A data foi indicada pelo presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga. A empresa é responsável pela obra mas será a STCP a operar o transporte entre a Avenida da Boavista e a Praça do Império, que já disse ser "impossível" garantir o serviço tal como está previsto e desconhece a data avançada pela Metro.
A pavimentação do canal para o metrobus, de cor vermelha, fica hoje concluída na Marechal. Na próxima semana, esses trabalhos terminam na Boavista, ficando a faltar as pinturas de sinalização rodoviária e gestão de semáforos. Isto, no que toca à infraestrutura.
Mas em causa está o atraso na chegada dos autocarros articulados a hidrogénio encomendados pela Metro, cujo concurso público ficou deserto. Foi lançado um segundo procedimento e a data oficial para a entrega dos veículos é abril do próximo ano. Mas há cerca de duas semanas, numa visita às obras da Linha Rubi, em Gaia, Tiago Braga adiantou que a empresa estava "a tentar antecipar" os prazos de entrega. O objetivo é que os autocarros possam chegar no último trimestre deste ano. Mesmo nessa altura, não estará pronta a central de hidrogénio prevista para a estação de recolha da Areosa da STCP. A solução será um posto móvel, que irá de encontro aos autocarros em caso de necessidade.
Portas à direita
O principal problema quanto à falta dos autocarros encomendados é o facto de estes veículos terem sido fabricados com portas de entrada e saída de ambos os lados. Os autocarros da STCP só têm portas do lado direito. Na Avenida da Boavista a operação pode ser possível com troca de via dos veículos imediatamente antes e depois das estações, mas na Avenida do Marechal Gomes da Costa todas as estações são à esquerda. Prevê-se que o serviço funcione como uma linha da STCP, com paragens à direita. Caso o serviço avance dessa forma, a presidente da STCP, Cristina Pimentel, diz que chamar-lhe metrobus "é uma falácia".
O novo serviço ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17), com as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, bem como Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).