Não há memória de uma noite de 29 de novembro como a que se viveu este domingo em Guimarães. O cortejo do Pinheiro deu lugar aos rufares de caixa e bombo nas janelas e varandas, deixando as ruas da cidade despidas.
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Por motivos sanitários, a Proteção Civil e as Autoridades de Saúde proibiram a realização do tradicional cortejo do Pinheiro que culmina com o enterro da árvore junto ao monumento nicolino, num ato que simboliza o início das festas organizadas por estudantes do ensino secundário em honra de São Nicolau.
Este domingo à noite, os vimaranenses responderam à chamada e trocaram a rua pelas varandas e janelas. Um pouco por toda a cidade, ouviu-se o toque do Pinheiro, sob o olhar atento de vários agentes da PSP de Guimarães, a pé, de mota, de carro e carrinha de intervenção.
Os locais onde mais se ouviu o rufar das caixas e bombos foram o largo da Oliveira e a praça de S. Tiago, mas também na avenida D. João IV, rua Capitão Alfredo Guimarães, rua da Ramada e alameda de S. Dâmaso.
Pelo que o JN apurou, a Comissão de Festas Nicolinas ainda não obteve autorização para enterrar o pinheiro que foi cortado do monte de Aldão. A árvore é enterrada, todos os anos, a 29 de novembro, mas este ano permanece guardada.
A mesma organização, composta por dez estudantes do ensino secundário, contava ter autorização para enterrar a árvore às cinco horas da madrugada na noite do Pinheiro. Contudo, esta segunda-feira de manhã, o monumento nicolino permanece sem a árvore.
Esta madrugada, às cinco horas, a PSP de Guimarães dispersou um grupo de jovens nicolinos que protestavam a favor da realização das festas no formato tradicional.
"Foi no centro da cidade de Guimarães, pelas cinco da manhã, algumas dezenas de pessoas que vieram com cartazes e alguns instrumentos fazer ruído para a rua em defesa da realização das festas nicolinas naquela cidade", disse o porta-voz da PSP, Nuno Carocha. "Da nossa parte, a postura foi obviamente de fazer cessar aquele incómodo para a população o mais depressa possível", acrescentou o porta-voz.