Os jovens que pertencem à Comissão de Festas Nicolinas 2020 foram identificados pela PSP de Guimarães, esta madrugada, após terem promovido uma concentração de jovens a tocar às cinco da manhã junto ao monumento nicolino.
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Na página de Facebook da Comissão de Festas Nicolinas (CFN), a organização escreveu, às cinco da madrugada, que "a proteção civil decidiu cancelar o erguer do pinheiro, sem consultar a Comissão de Festas eleita". Assim, acrescentam os organizadores, "em atitude de rebelião, e sem atentar contra a saúde pública, a CFN está neste momento a tocar ao lado do buraco destinado ao seu pinheiro".
A mensagem da comissão de festas atraiu dezenas de jovens cujo toque foi filmado pela comissão organizadora e partilhado em direto nas redes sociais, mas levou igualmente à intervenção da PSP, que identificou "algumas dezenas de pessoas que vieram com cartazes e alguns instrumentos fazer ruído para a rua em defesa da realização das Festas Nicolinas", disse o porta-voz da PSP, Nuno Carocha.
O enterro da árvore que marca o início das Festas Nicolinas estava agendado, em segredo, para as cinco da madrugada, mas foi suspenso devido aos acontecimentos registados na manhã de domingo, em que centenas de nicolinos se juntaram, de manhã, no largo da Oliveira, sem respeito pelo distanciamento social e muitos sem máscara. Fonte da proteção civil municipal anunciou que a colocação da árvore que marca o início das festas se encontra em avaliação.
Entretanto, no local, ficaram os cartazes deixados pela CFN no protesto desta madrugada. Num deles, lê-se que "o Pinheiro virá nem que seja preciso roubá-lo", ao passo que noutro se promete que "bombos tocarão como tiros de bazuca". Junto ao monumento permanece ainda o cartaz colocado na manhã de domingo, que dizia: "Tragam o Sasá e o vaqueiro, com ou sem covid, nós fazemos o Pinheiro". Junto a todos estes cartazes, há ainda outro que identifica a autoria como sendo da Comissão de Festas Nicolinas 2020.
Sobre a concentração de domingo, a Comissão de Festas Nicolinas disse à agência LUSA que foi um movimento "voluntário e espontâneo". No entanto, foram os próprios elementos da CFN que lideraram o cortejo matinal do largo da Oliveira até ao Monumento Nicolino, onde subiram a um muro e marcaram o compasso do toque do Pinheiro com os braços. Estavam trajados de calça preta, camisa branca e mitra, facilmente identificáveis apesar da máscara.
O JN tentou, desde ontem, contactar André Alves, presidente da CFN. A comissão é composta por dez jovens estudantes do ensino secundário de Guimarães, eleitos pelos pares.