O crescimento da malha urbana e do turismo empurraram os negócios para fora das localizações tradicionais. A especialização de artérias da cidade por profissões começou na Idade Média e acentuou-se no século XIX dentro das muralhas.
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À Rua do Almada ainda acorre quem procura uma ferragem impossível de achar noutras paragens, mesmo que a vincada vocação da reta que une os Clérigos à Praça da República se tenha diluído. Vai resistindo, no imaginário dos portuenses, a associação da Rua da Picaria à venda de móveis e da Rua das Flores às ourivesarias, apesar de restarem poucas lojas das especialidades em cada uma das duas artérias da Baixa do Porto, onde era comum haver especialização de ruas numa atividade. "Foi-se perdendo, porque a cidade cresceu para fora das muralhas e dispersou-se", contextualiza o historiador Germano Silva.
"A especialização das ruas vem da Idade Média", recua Hélder Pacheco, lembrando que o fenómeno também "acontece muito ao longo do século XIX". Mas "o Mundo e o país mudaram", e o Porto também: "O comércio levou uma grande transformação e há uma nova realidade". Que é marcada pelo turismo, concordam os dois historiadores.
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