Depois da chuva de críticas da fileira da Alheira de Mirandela e da própria autarca, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica parece ter acusado o toque e emitiu um esclarecimento onde elimina "indústria de enchidos" e substitui por "uma instalação". Quanto ao pedido de demissão do inspetor-geral da ASAE sugerido por Júlia Rodrigues, nem uma palavra.
Corpo do artigo
10625882
Um dia depois da presidente da Câmara de Mirandela ter tecido duras críticas à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) pela divulgação de um comunicado que referia a apreensão de 12,5 toneladas de carne e derivados em dois locais daquele concelho, falando de uma indústria de enchidos, quando o local em causa é uma pequena unidade ilegal, a ASAE emitiu agora uma nota de esclarecimento sobre o assunto, onde especifica os produtos que foram apreendidos e já não fala em indústria de enchidos.
Aquela autoridade afirma que se trataram de duas ações "distintas e autónomas, dirigidas a dois operadores económicos ilegais, combatendo-se igualmente a economia paralela".
10618974
A primeira aconteceu no dia 4 de fevereiro, "a um entreposto frigorífico que fornecia diversos tipos de operadores económicos retalhistas, tais como estabelecimentos de restauração, supermercados, talhos, entre outros, tendo sido apreendidas um total de 12 toneladas de produtos, das quais cerca de 6,5 toneladas impróprias para consumo de produtos cárneos congelados e refrigerados (carcaças de suíno frescas, carne de suíno e de vaca congelada)", pode ler-se na nota da ASAE, acrescentando que foi ainda determinada a suspensão do entreposto por falta de licenciamento e incumprimento de requisitos de higiene.
A outra ação de fiscalização aconteceu no dia 20 de fevereiro, "a uma instalação com apreensão de 0,5 toneladas de produtos cárneos sem rastreabilidade (frangos e enchidos), dos quais 0,3 toneladas encontravam-se impróprios para consumo (frangos congelados)", refere.
A nota de esclarecimento da ASAE termina dizendo que estas ações de fiscalização "permitiram a retirada do circuito comercial de géneros alimentícios impróprios para consumo, culminando ainda com a suspensão de dois estabelecimentos ilegais". O comunicado não faz qualquer referência ao pedido de demissão do inspetor-geral da ASAE, sugerido pela presidente da Câmara de Mirandela.