Associação Zoófila classifica de "matança" operação de captura de cães selvagens
A presidente da Associação Zoófila Portuguesa classificou, esta quarta-feira, de "uma "matança" a operação de captura de 200 cães selvagens no Nordeste Transmontano e acusou as autoridades de negligência por permitirem que o problema atingisse estas proporções.
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Para Ana Fernandes, "é absolutamente lamentável que pensem actuar no sentido de abater animais, resultado da negligência total, quando existem imensas técnicas de captura e pessoas especializadas" para o efeito.
A defensora dos animais reagia, em declarações à Lusa, à notícia da operação que terá início segunda-feira na zona do Cachão, em Mirandela, para capturar uma matilha de 200 cães selvagens que constituem uma ameaça para agricultores, pastores e homens do lixo, segundo as autoridades locais.
A operação foi determinada pela Direcção-Geral de Veterinária, segundo disse o vice presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, para tentar resolver o problema dos animais que se têm reproduzido de forma incontrolável na zona do aterro sanitário da Terra Quente.
Para a presidente da Associação Zoófila Portuguesa, as autoridades deviam ter tomado medidas imediatas para que o problema não atingisse estas proporções", concretamente capturar os cães abandonados, esterilizá-los e encontrar um local seguro para os acolher.
Ana Fernandes considerou "lamentável" que entidades como a Direcção-Geral de Veterinária levem a cabo uma operação deste tipo, referindo-se ao abate a tiro que está previsto, se necessário, justificado com a dificuldade em capturar estes animais, alguns dos quais nunca tiveram contacto com humanos.
"O que vai acontecer é uma matança", na opinião de Ana Fernandes que ressalva "não ter informação precisa sobre qual o método que vai ser seguido para abate", nesta operação.
A activista dos animais espera que as entidades envolvidas "ainda reavaliem" a decisão e defende que "o abate não é solução porque depois destes animais aparecerão outros, se não forem tomadas medidas para que a situação não se repita".
Ana Fernandes reiterou que "a única maneira de controlar as populações de cães e gatos é através das esterilização e de medidas que evitem que os animais abandonados se tornem num perigo para eles próprios e para as populações locais".