Grande Descida de Carros Artesanais é este domingo em Laúndos, na Póvoa de Varzim, e deverá juntar milhares de pessoas. Este sábado, há música com o padre DJ Guilherme Peixoto.
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A corrida mais louca do mundo chega, este domingo, a Laúndos, na Póvoa de Varzim, e, por ali, a Grande Descida de Carros Artesanais é sempre sinónimo de milhares a ver e uma espécie de Carnaval antecipado na freguesia. Este ano, o tema é o brinquedo. Este sábado à noite, ainda no âmbito do Laúndos em Movimento, sobe ao palco o DJ padre Guilherme Peixoto.
"É sempre uma festa, uma animação!” - quem o diz é João Carvalho, enquanto olha o carro, cor-de-rosa choque, já praticamente pronto. Há de ir lá a Barbie e o Ken. O resto, diz, é para ver no dia.
A equipa de seis pessoas, liderada pelo mecânico de 24 anos, começou a trabalhar há um mês. “Foram muitos fins-de-semana e noites passados aqui”, confessa João, sorrindo.
Em Laúndos, em muitas das casas, o cenário repete-se: junta-se família e amigos e dá-se largas à imaginação. Depois, há-de sair um carro, feito com os materiais que houver. A equipa traja a rigor, encarna a personagem e, no dia da prova, é espetáculo garantido. Já houve burros, casas a voar, um iphone, um bolo de aniversário, um padre e até Donald Trump já veio à festa.
Os carros são todos feitos à mão com papel, cartão, madeira, plásticos, tecidos, peças velhas, muito engenho e tudo mais que houver em casa. Nas equipas – dez este ano -, há família, amigos, colegas de trabalho.
“É um evento fantástico, que junta avós, pais e filhos. Não há muitos espaços e eventos que consigam juntar todas as gerações, como o nosso Laundos em Movimento e o Ar de Rock [o bar paroquial no Monte de S. Félix]. A família para se divertir não tem que se separar”, diz o padre Guilherme Peixoto, que encabeça a organização do evento, que se faz com centenas de mãos voluntárias.
Fortalecem os laços da comunidade, dá-se as boas-vindas aos emigrantes que, por esta altura, enchem a aldeia, e, pelo meio, angariam-se fundos para a construção da nova sede dos escuteiros.
João Carvalho participa na corrida desde a primeira edição. Já ganhou e também já ficou em último. Move-o o gosto pela construção, a vontade de ajudar numa causa da sua freguesia, o convívio e, claro, a adrenalina de descer os 700 metros do Monte de S. Félix, num carrinho artesanal sem propulsão.
O pároco das freguesias de Laúndos e Amorim foi, recentemente, notícia em todo o mundo, depois de acordar, às 7.30 horas, no Parque Tejo, em Lisboa, um milhão e meio de jovens na Jornada Mundial da Juventude, ao som de música techno misturada com frases do Papa Francisco.
No verão, há muito que o “padre DJ” se multiplica em festivais. Esta noite, Guilherme Peixoto atua “em casa” e está orgulhoso por poder mostrar “o que faz lá fora” aos “seus”.
Regresso três anos depois
O Laúndos em Movimento regressou, este ano, depois de três anos de interregno devido à pandemia. É sempre no segundo fim-de-semana de agosto. Este sábado, a partir das 22 horas, há música com o DJ Padre Guilherme. Este domingo, às 10.30 horas, apresentam-se as equipas, depois há comes e bebes no recinto e, à tarde, a partir das 15, começa a Grande Descida de Carros Artesanais;
Sede dos escuteiros já começou a ser construída
O evento começou em 2009. O primeiro objetivo foi angariar fundos para as obras na igreja paroquial. Segue-se a sede do Agrupamento de Escuteiros n.º 570. A construção ia arrancar em 2020, mas acabou por ser travada pela pandemia. Agora, já começou. Contas feitas, nos últimos anos, o Laúndos em Movimento e o Ar de Rock Laundos já renderam mais de 100 mil euros.
Prémios para os melhores
A Grande Descida de Carros Artesanais terá prémios para os cinco primeiros classificados. Há ainda troféus para a equipa mais original, para o carro mais ecológico e o Prémio Escolha do Público