O presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Miguel Baptista, não aceita uma solução para o Ramal da Lousã que não passe por um sistema de transporte assente em carris.
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O autarca socialista reagia assim, à agência Lusa, à possibilidade de existir uma alternativa de transporte em autocarros elétricos, avançada pelo primeiro-ministro Passos Coelho, em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra, quando presidia à cerimónia de apresentação de um livro com casos de sucesso de pessoas com deficiência da Fundação ADFP.
"Fiquei muito preocupado com a hipótese avançada de no estudo de viabilidade vir a ser considerada os chamados autocarros elétricos, alternativa que Miranda do Corvo e os restantes municípios de modo algum vão aceitar", referiu Miguel Baptista, no final da sessão.
O presidente da autarquia de Miranda do Corvo exige uma solução ferroviária, "como sempre foi assumido pelo Governo", recordou.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, assumiu o compromisso de candidatar ao novo quadro comunitário de apoio uma solução de mobilidade para o ramal ferroviário da Lousã, que foi desativado há cinco anos.
"Julgo que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) está nesta altura a ultimar o estudo de viabilidade que exige que se estudem também alternativas, para as poder comparar, usando o mesmo veículo de infraestrutura que já está colocado. A possibilidade de alternativas passa por ter ligações com autocarros elétricos", disse o chefe do Governo.
Segundo o primeiro-ministro, a decisão que for tomada será "aquela que for mais racional e a que melhor nos servir a todos, na certeza de que este não é um projeto que tenha ficado esquecido, mas, pelo contrário, é um projeto que vai andar para a frente".
O líder do Governo assumiu que o processo está a decorrer e que várias entidades, entre elas as câmaras municipais de Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra, vão poder participar ativamente na decisão, que será depois candidatada no próximo Programa Operacional da Região Centro.
"Se há sinais e informações de que vai existir financiamento comunitário no âmbito do novo quadro para o projeto, estarmos agora a avançar com mais estudos de outras alternativas é perda de tempo, porque já passaram cinco anos e as populações querem que seja reposto com a maior brevidade possível o transporte ferroviário para Coimbra", defendeu o autarca de Miranda do Corvo, Miguel Baptista.
O porta-voz do Movimento Cívico de Coimbra, Lousã, Miranda do Corvo e Góis, Jaime Ramos, que foi o anfitrião da cerimónia, enquanto presidente da Fundação ADFP, voltou a defender o restabelecimento da ligação entre Serpins e Coimbra "em transporte público de passageiros sobre carris".
"Não temos nada contra quem pensa em alternativas. Elas são possíveis e é evidente que as soluções técnicas têm de ser comparáveis para ver os custos e os benefícios, mas a nossa posição é muito clara", sublinhou.