A autarquia de Almada exige "respostas imediatas" do Governo aos danos causados pelo mau tempo na Costa de Caparica e critica "o vazio" de responsabilidade deixando com a extinção da sociedade Costapolis.
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Rui Jorge Martins, vereador da Câmara Municipal de Almada com o pelouro da Proteção Civil, adiantou que a autarquia vai "intervir junto do Governo para que resolva" os problemas causados pelo mau tempo na Costa de Caparica.
Independentemente de ser ou não decretado o estado de calamidade, os responsáveis locais exigem "uma resposta cabal e imediata" do Governo.
O vereador fez estas declarações após uma reunião promovida hoje pelo presidente da autarquia, que convidou juntas de freguesia, bombeiros e forças de segurança, concessionários e população para debaterem "toda a destruição que o mar tem vindo a fazer" na Costa de Caparica, "no sentido de encontrar respostas".
Esta madrugada, o mar galgou o paredão e causou inundações em bares e restaurantes, prevendo-se que possa voltar a acontecer uma situação semelhante pelas 4 horas de domingo.
"É necessário encontrar soluções para o apoio a que os concessionários tenham condições dignas para exercer a sua atividade", sublinhou Rui Jorge Martins, recordado que os concessionários "pagam um arrendamento a uma sociedade, Costapolis, que está em extinção".
O vereador sustenta que "tem que haver alguém que assuma as responsabilidades", após a extinção da Costapolis, sociedade para o desenvolvimento do Programa Polis na Costa de Caparica. A autarquia não aceita "o vazio" e exige que "seja determinado rapidamente" quem pode dar respostas aos problemas.
"Pelo menos [a Costapolis] era um local que tinha a responsabilidade da execução de um plano de intervenção para a Costa de Caparica", independentemente de ser o plano "mais correto", destacou.
Por exemplo, "mal haja condições para isso", é necessário proceder ao "reforço de areias" e à "reposição das condições" para que tudo "esteja em condições" na próxima época balnear.
O vereador adiantou ainda que, da próxima reunião de câmara e assembleia municipal, agendada para terça-feira, deverá sair o pedido de agendamento de "um debate urgente" na Assembleia da República sobre "a situação atual" na Costa de Caparica.
"Se o Governo não aceitar este repto da Câmara Municipal, que os partidos com representação parlamentar o possam fazer", disse o vereador.
A autarquia compromete-se a ajudar na medida da sua "capacidade" e destaca que "existem fundos comunitários a que se pode recorrer".
A maré já "começou a descer" na Costa de Caparica, prevendo-se novo momento "crítico" às quatro da manhã de domingo, adiantou à Lusa o comandante Cruz Gomes, adjunto do capitão do Porto de Lisboa.
Segundo a meteorologia, o mar e o vento estarão mais calmos na próxima madrugada, mas o vereador recordou que essa era também a previsão para a madrugada de hoje.
"Vamos estar em alerta, de prevenção", disse, sublinhando que já estão concluídos "os trabalhos mínimos" e que as autoridades estão "disponíveis para intervir novamente, caso isso se justifique".