A Avenida Rodrigues de Freitas, no Porto, torna-se pedonal aos domingos e conta com várias atividades para miúdos e graúdos. É uma Iniciativa que agrada aos moradores.
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Sentada em plena Avenida Rodrigues de Freitas, no Porto, Carolina Silva amassa barro na companhia da mãe e de outras crianças que participam numa aula de cerâmica. Ao lado, o pequeno Xavier joga pingue-pongue. Já os netos de Paulo Oliva percorrem a avenida de bicicleta. Há ainda quem jogue badmington e xadrez.
O cenário repete-se todos os domingos. No primeiro dia da semana, a artéria fecha-se ao trânsito, torna-se apenas pedonal e conta com atividades para miúdos e graúdos. Os moradores aplaudem a iniciativa.
Para a família de Eduarda Barroso, a Avenida Rodrigues de Freitas tornou-se um ponto de paragem obrigatória todos os domingos.
"Os miúdos passam os dias entre casa e escola. Muitos deles, agarrados ao computador e à PlayStation. Isto é uma mais-valia para verem como é que os pais brincavam e para tirá-los de casa", referiu Eduarda Barroso, a mãe de Carolina Silva, admitindo que, ao ver a filha brincar livremente na avenida, recua no tempo. "Nasci nas Fontainhas, numa rua sem saída. As minhas brincadeiras eram todas feitas na rua", contou.
Tirar crianças de casa
Paulo Oliva também volta à infância ao observar os netos, de dois e dez anos, andar livremente de bicicleta no meio da rua. Vive no Brasil, mas está de férias no Porto. Nas suas memórias, não faltam brincadeiras na rua.
"No Brasil, também existe esta iniciativa em alguns locais. É ótimo fecharem a rua para as pessoas usarem a seu bel-prazer. É muito bom para as crianças saírem de casa e largarem os computadores. Principalmente, nesta época de férias", disse.
Cristiana Vieira vive a poucos metros da Avenida Rodrigues de Freitas e, todos os domingos, participa nas atividades com o filho Xavier, de cinco anos. Aliás, contou a moradora, o gosto de Xavier pelos jogos de tabuleiro nasceu numa das atividades promovidas na rua. Considerando a iniciativa importante, Cristiana deixa uma sugestão: "Podiam também dinamizar atividades nos jardins e nas praças durante o resto do ano, quando não houvesse capacidade para fechar [a rua ao trânsito]".