<p>Segundo os olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro, bastam apenas 48 horas de chuva intensa nos próximos dias para que a qualidade do azeite, este ano, se torne excelente em termos de produção. Azeite da região continua a angariar prémios pelo Mundo.</p> <p> </p> <p> </p>
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Se não chover em abundância nos próximos dias, a campanha de azeite deste ano “poderá estar seriamente comprometida”. Aquele é, pelo menos, o receio manifestado pelo presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD), que representa mais de 10 mil olivicultores da região.
“Bastava que chovesse durante um par de dias para que fosse um ano excelente em termos de produção de azeite, porque é agora que está a terminar a fase da formação do óleo”, diz António Branco.
“Neste momento, já podíamos estar nas 120 toneladas de produção e depois progredir um pouco em função das estratégias de regadio”, adianta. Só que, nos últimos anos, “ou com a seca, ou com chuva a mais, ou com as geadas, a produção não tem conseguido melhorar”.
Apesar daquelas adversidades, a qualidade do azeite tem sido excelente. Prova disso são os constantes prémios que o Azeite de Trás-os-Montes DOP (Denominação de Origem Protegida) tem conseguido arrecadar.
Recentemente, no OLIVINUS 2010, realizado na Argentina, o azeite “João das Barbas”, produzido em Cabanelas (Mirandela), foi premiado.
“Sempre que entramos em alguns certames internacionais, temos a capacidade de obter prémios e, isso, significa que estamos num patamar muito bom e já vamos tendo produtores bastante estáveis em termos de qualidade”, refere António Branco.
“Agora, era importante que isso se reflectisse no preço e na venda para os mercados internacionais” acrescenta.
Para se ter uma noção da importância daquele produto na região, basta dizer que 50% da produção nacional de azeitona de mesa e cerca de 35% do azeite produzido em Portugal é oriundo de Trás-os-Montes.
Em média, produz-se na região transmontana cerca de 45 mil toneladas de azeitona e cerca de 7500 toneladas de azeite, por ano, com a particularidade de ter a sua tipicidade proveniente das variedades de oliveiras regionais mais comuns, das quais se destacam a verdeal, a cobrançosa e madural, que lhe confere um elevado grau de qualidade, simbolizado numa dezena de marcas com Denominação de Origem Protegida (DOP) que está já a ser exportado para os países nórdicos, para os Estados Unidos, Canadá e Japão.
A Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro vai ter a oportunidade de dar a conhecer aqueles e outros problemas bem, como projectos para a fileira olivícola, ao ministro da Agricultura que estará amanhã em Mirandela.