O fecho do café Embaixador, no Porto, trata-se de um "problema duplo", considerou a coordenadora do BE, Catarina Martins, que reuniu com os representantes dos trabalhadores do estabelecimento. Além do encerramento de mais um espaço histórico, devido aos preços elevados das rendas no centro da cidade, o processo representa um caso de desprezo pelos direitos dos trabalhadores, argumentou a dirigente.
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Segundo Catarina Martins, o BE está a trabalhar no sentido de encontrar soluções para o caso do Embaixador, nomeadamente para os 16 funcionários. "Fazer pressão, no Parlamento, para que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e evitar despedimentos ilegais, que me parece ser o caso", sublinhou.
Para o comércio tradicional, sobreviver no centro das grandes cidades está a "ficar mais difícil". Apesar de serem criados programas de apoio, Catarina Martins alerta que a eficácia é temporária: "As autarquias criam apoios. No Porto há o programa "Porto de Tradição", mas, ao fim de alguns anos, as rendas podem disparar dez vezes mais".
Catarina Martins referiu que é preciso dar atenção ao crescimento das cidades, sendo cada vez mais difícil encontrar uma habitação a preços razoáveis, devido à especulação imobiliária. "Tenho algumas dúvidas de que façam mais falta ao centro do Porto mais hotéis, ou mais "franchisings" de grandes cadeias alimentares internacionais, do que fazem falta os cafés que têm vindo a fechar, o comércio tradicional que tem vindo a fechar e que fazem parte da história da cidade", salientou.