Feiras Novas e Nossa Senhora da Bonança coincidem, pela primeira vez, no próximo fim-de-semana. As festas de Ponte de Lima foram antecipadas para captar um recorde de 600 mil pessoas, mas são simultâneas às de Vila Praia de Âncora, onde a alteração não caiu bem.
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O calendário festivo do Alto Minho, que há muitos anos na região se considerava que era inaugurado pelas festas da Cruzes de Barcelos, em Maio, e encerrava em meados de Setembro, com as Feiras Novas, encerra este ano mais cedo e com a última a coincidir com a penúltima, que sempre foi a festa da Bonança.
Assim, duas das maiores e apreciadas festividades alto minhotas terão de disputar entre si, no segundo fim-de-semana de Setembro, forasteiros aos milhares porque os programas decorrem practicamente em simultâneo. Francisco Sampaio, presidente da Comissão de Festas da Bonança, continua a afirmar que a situação não lhe agrada.
“Em tempo devido reagi e continuo a reagir porque digo que numa altura em que se fala tanto de diálogo e conversações, soube pela comunicação social da alteração que foi aprovada por unanimidade pelo Executivo ainda com Daniel Campelo sem que uma só palavra nos fosse prestada, o que inteiramente lamentamos”, referiu, subindo depois de tom: “Eu não merecia isto. Lamento profundamente situações como estas. Tanta amizade e depois nem uma palavra”.
Do impacto que a alteração em si pode ter na Bonança, Sampaio prefere acreditar que não irá acontecer por serem duas festas “muito diferentes”. “São públicos diferentes. A nossa é uma festa dos homens do mar e em Ponte de Lima não os há. Cada uma tem os seus pregaminhos e espero que as Feiras Novas em datas que nos pertencem tenham também o seu sucesso”, comenta.
O actual presidente da Câmara de Ponte de Lima espera que com esta “antecipação definitiva” das Feiras Novas, a primeira edição com nova data receba uma verdadeira multidão. “O que antevemos é que, se o tempo estiver bom, vamos ter mais gente nas Feiras Novas e estou convencido que este ano teremos cerca de 600 mil pessoas nos quatro dias das festas em Ponte de Lima”, afirma, justificando a alteração introduzida com a necessidade de “articular” com calendário escolar e das colheitas.