Nasceu em Chaves e viveu no Brasil, mas Fernando Branco, 70 anos, há 27 na capital do Minho, diz que "não há melhor cidade do que Braga para viver".
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Confirma, assim, o estudo da Comissão Europeia, que coloca Braga no "top10" das cidades europeias onde as pessoas se sentem "mais satisfeitas", entre 83 urbes inquiridas sobre as oportunidades de emprego, segurança, transportes públicos, cuidados de saúde ou até o acolhimento de imigrantes
Lisboa também foi avaliada, mas não figura no top das mais felizes.
O estudo demonstra que 97% das pessoas que residem no concelho consideram Braga um bom local para se viver, só sendo esta satisfação ultrapassada pelos moradores das cidades de Copenhaga, na Dinamarca, e por Estocolmo, na Suécia. A maioria dos bracarenses (56%) afirma, também, que a qualidade de vida aumentou nos últimos cinco anos.
"Concordo que está a melhorar", afirma Daniela Lima, 34 anos, desdobrando-se em elogios à organização de eventos, ao crescimento da oferta cultural e até à renovação de equipamentos desportivos e parques infantis. "O Parque Desportivo da Rodovia está incrível", atira a amiga Carla Vaz, de 30 anos, que se fixou há dois anos na cidade. "É ótimo viver em Braga. As pessoas são acolhedoras", acrescenta.
Tranquilidade
De acordo com o inquérito, 98% consideram que Braga dispõe de "boas condições" para casais com filhos e 78% dos entrevistados mostram-se satisfeitos com os equipamentos culturais da cidade. É, também, a segunda melhor no acolhimento de imigrantes, só atrás de Cardiff, no Reino Unido.
Rodrigo Mendes, 36 anos, chegou do Brasil há um mês, com a mulher, Camila Arrais, e dois filhos. Veio fazer doutoramento na Universidade do Porto, mas foi aconselhado a escolher a Cidade dos Arcebispos para morar.
"Os meus amigos disseram que era uma boa opção para criar as crianças e que era muito tranquila", conta o imigrante, confessando-se feliz com a opção. "É muito segura, podemos andar a pé pelas ruas, tranquilamente, e moramos em frente a uma praça onde as crianças podem brincar", descreve Rodrigo, falando da "vantagem" de não precisar de transportes públicos ou carro para se deslocar para qualquer lado.
A segurança coloca, também, Braga bem classificada no ranking. Cerca de 85% dos inquiridos afirmam sentir-se "seguros a caminhar à noite sozinhos". Apenas oito por cento dos bracarenses assumiram que os próprios ou algum familiar foram alvo de assalto.
"É uma cidade muito pacífica", concorda Américo Sousa, 80 anos. "Há muita camaradagem. E temos um presidente das festas que põe a terceira idade toda contente", acrescenta, arrancando gargalhadas dos amigos que foi fazendo durante os passeios pelo centro.
Só os adolescentes parecem mais desiludidos com a cidade. Gonçalo Costa e Carolina Dias, com 17 e 16 anos, respetivamente, queixam-se de "falta de sítios de convívio". Dizem que os estudantes têm sido alvo "de várias tentativas de assalto".
"Já gostei mais de Braga. É um pouco monótona. Estamos sempre à espera que chegue o S. João, a Noite Branca e a passagem de ano", conclui o jovem.