A quarta edição do Festival Internacional de Música - Bragança Classic Fest apresenta entre 1 e 12 de outubro nove espetáculos, cinco no palco do Teatro Municipal e três nas Igrejas de Santa Maria e de S. Francisco.
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“A fasquia continua muito alta, quando já é difícil ter mais qualidade”, explicou Cristiano Cunha, diretor daquele teatro, durante a apresentação do evento esta segunda-feira, em Bragança.
Este ano espera-se ainda mais público do que nas edições anteriores. No ano passado mais de 2500 espetadores assistiram a sete espetáculos, tanto mais que este ano conta com maior número de concertos. “vem gente de todas as idades, desde a infância à terceira idade”, acrescentou o diretor do teatro.
Uma das originalidades do festival são as masterclasses nas escolas, o que contribuiu para cativar públicos, sobretudo os mais novos. “Há a curiosidade de ver uma orquestra tocar, muitos nunca viram. Temos concertos nas escolas e ensaios abertos, alguns no ano passado com mais de 400 adolescentes. Trazemos artistas consagrados e novos artistas”, referiu Cristiano Cunha.
Este ano o maestro António Vitorino d’Almeida vai celebrar os 70 anos de carreira em Bragança, no dia 4 de outubro, com o espetáculo Carta Branca. “É vem tocar e falar sobre a sua vida. Convidou alguns músicos e cantores para este concerto. É u momento marcante da programação, tal como será a homenagem póstuma a António Mega Ferreira, Quadros de uma Exposição [no dia 11] com leituras de textos escritos por várias personalidades sobre o escritor, como o Presidente as República, Marcelo Rebelo de Sousa, a pintora Graça Morais, e outros. Vamos cruzar a música com a literatura”, descreveu o músico Filipe Pinto Ribeiro, diretor do Bragança Classic Fest.
Mozart, Beethoven, Dvorak, Ravel, Strauss, Mendelssohn, Vivaldi, Vitorino d’ Almeida, Bach, Schostakovich serão os compositores em destaque. “A presença de duas orquestras internacionais, nomeadamente a Sinfónica de Paris ‘Consuelo’ e a Orquestra Barroca ‘Solisti Veneti’ são o elemento mais marcante à partida, pois trazer as duas a Bragança é extraordinário. Trazer uma delas seria bom, mas trazer duas ao mesmo festival é relevante. Ambas vêm com dois grandes maestros Giuliano Carella e Víctor Juien-Laferriére [respetivamente] são grandes nomes, da elite musical, que vêm apresentar grandes programas, um dedicado a Beethoven e outro a Vivaldi”, explicou Filipe Pinto Ribeiro, salientando que estes concertos “já estão a despertar imenso interesse e serão a todos os níveis extraordinários do ponto de vista musical”.
Filipe Pinto Ribeiro indicou que o espírito dos 50 anos do 25 de abril de 1974, estará presente, pelo que Beethoven faz ainda mais sentido “o compositor da liberdade, a encarnação musical da liberdade do iluminismo”.
Os 500 anos do nascimento de Camões são outros pontos altos, com dois concertos na igreja de S. Francisco, A música Lírica de Camões-Concerto Atlântico dirigido por Pedro Caldeira Cabral, no dia 6, e Amor, “com poemas de Camões musicados”, referiu Filipe Pinto Ribeiro, ainda e Tragédia de Camões -Díptico 500 anos, por Sete Lágrimas, no dia 10 de outubro, “que retrata a viagem do autor pela India e pela África e Ásia”, observou o diretor do Bragança Classic Fest.
Pelo palco de Bragança passarão ainda músicos de renome mundial, como as irmãs Anna, Tatiana e Mathia Samuil, Victor Julien-Laferriere, entre outros “que vêm exclusivamente a Bragança só para apresentar os concertos”.
O diretor do Teatro Municipal de Bragança, Cristiano Cunha, considera que o festival “está consolidado, pois tem conseguido manter a qualidade e a excelência em altos níveis”.
O autarca de Bragança, Paulo Xavier, diz que o festival “projeta o nome da cidade para todo o mundo” e que “é uma aposta ganha”.