Um grupo de "mais de 60 carros" está a fazer "uma passeata" pelo Porto contra a proposta de Orçamento de Estado para 2024, tendo um grupo ficado "em representação" do protesto em frente à sede do PS naquela cidade.
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Em declarações à Lusa, o condutor de um dos carros que está "a passear" pela cidade desde cerca das 17 horas, Filipe Pedro, explicou que o grupo está a "fazer barulho" para "alertar contra o despropósito das medidas que o PS quer aprovar". O "passeio", acompanhado pela PSP desde o início, começou pelas 17 horas no Freixo e passou por artérias centrais da cidade, como a Avenida dos Aliados e a Boavista.
"Isto surgiu de forma espontânea, em grupos do Facebook, mensagens de whatsapp e cenas assim, não há cá partidos, nem sequer há um movimento organizado. Circulou uma mensagem a marcar um sítio e as pessoas foram aparecendo", disse.
Outro dos integrantes da caravana, António Ramalho, referiu que a mensagem inicial "apontava à Ponte da Arrábida", mas "o passeio" levou outra direção. "Logo no início a PSP avisou que não nos iam deixar parar o trânsito nem ir para a Arrábida. Como não queremos confrontos, optámos por passear pela cidade", referiu.
O JN constatou no local que, nas duas entradas da Ponte da Arrábida, estava um forte dispositivo da GNR, que incluía militares a cavalo e carrinhas do corpo de intervenção, e que o trânsito no tabuleiro da ponte circulava com a normal fluidez.
"O objetivo não é chatear ninguém, é mesmo chamar a atenção para o despropósito das medidas que o Medina quer impor e não é só a questão do Imposto Único de Circulação. Há mais impostos, há mais falta de investimento noutras áreas, isto está o fim", explicou à Lusa outro dos participantes, Martim Couto.
Pelo centro da cidade, constatou a Lusa, é visível a presença da PSP, com agentes a controlar o trânsito, carros identificados estacionados e agentes em vários cruzamentos.
Em frente à sede do PS, na Rua Santa Isabel, onde está um grupo de 12 pessoas, a PSP faz-se ver e sentir com seis agentes: "Nós não nos estamos a manifestar porque não temos autorização para isso e nós cumprimos a lei. Estamos aqui reunidos em representação dos mais de 60 carros que andam por aí", disse Filipe Pedro.
Cartazes com críticas
O grupo mostra cartazes com críticas à Proposta do Orçamento do Estado para 2024 e está parado do outro lado da rua da sede socialista "a socializar". "Isto é contra o Medina, é contra o Governo, é contra o PS porque sem PS não há Governo e não vale a pena fazer de polícia bom e policia mau", dizem.
Quanto ao número de carros que aderiram ao protesto, a PSP não adiantou com quaisquer números mas a Lusa mas três integrantes da caravana, em declarações à Lusa e em situações distintas, apontaram que teriam participado no "momento alto" do passeio, quando passaram na Avenida dos Aliados, "uns mais de 60" carros.
A caravana continua a "passear", mas, constatou a Lusa, não há circulação interrompida nem dificuldades em circular pela cidade.
