Câmara de Serpa opõe-se a fecho das urgências e quer explicações do Ministério da Saúde
O município de Serpa quer reunir, com "caráter de urgência", com o Ministério da Saúde para obter esclarecimentos sobre o eventual fecho das urgências do hospital, apontado num estudo do Governo e contestado pela autarquia.
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O pedido de reunião, aprovado em reunião camarária na semana passada, já seguiu para o Ministério da Saúde e foi divulgado hoje pelo município.
A Câmara Municipal de Serpa, em comunicado, refere que pretende "esclarecer a repercussão do estudo do Governo que recomenda o encerramento dos Serviços de Urgência do Hospital de S. Paulo".
"Temos dúvidas, em relação a este estudo, e queremos reunir com o ministério, com caráter de urgência, para ficarmos esclarecidos", afirmou hoje à Agência Lusa Tomé Pires, vice-presidente da autarquia.
Em causa estão as conclusões da Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência, recentemente divulgadas.
O estudo propõe ao Governo o encerramento de 16 serviços de urgência classificados como tal num despacho de 2008, de entre os quais o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Serpa.
No entanto, esta valência não existe, porque ainda não foi criado qualquer SUB em Serpa, onde funciona um Serviço de Urgência Avançada (SUA) no hospital da cidade.
"A SUB foi anunciada em 2008, mas nunca foi implementada. Logo, se mandam fechar uma coisa que não está aberta, isso suscita dúvidas", argumentou Tomé Pires.
O município alentejano pretende saber, "tendo por base o estudo, se a intenção do Governo é nunca vir a implementar a SUB ou acabar mesmo com o Serviço de Urgência Avançada" do hospital, realçou o vice-presidente.
"E queremos também saber qual o futuro do Hospital de S. Paulo, porque, se a unidade não tiver os outros serviços todos por trás, a urgência não pode funcionar", frisou.
No comunicado divulgado hoje, a Câmara de Serpa manifesta o seu "total desacordo" em relação às conclusões do estudo do Governo, contrapondo que "não estão a ser tidos em conta os interesses das populações".
A concretizar-se a medida, pode ler-se, os habitantes "ficariam ainda mais desprotegidos e vulneráveis, numa região onde estão a ser encerrados progressivamente muitos dos serviços públicos fundamentais".
Exigindo que sejam acautelados os "interesses das populações", o município promete ainda "continuar a lutar pela manutenção dos serviços do Hospital de S. Paulo" e pela criação do SUB.
Para o dia 31 deste mês está prevista uma ação de protesto, em Serpa, promovida pela comissão de utentes de saúde local, contra o eventual fecho das urgências e para defender a instalação do SUB no hospital.