Intervenção vai permitir também acabar com as constantes inundações naquela freguesia.
Corpo do artigo
A Câmara do Porto investiu mais de dois milhões de euros na requalificação de uma zona de São Pedro de Campanhã, onde não havia sequer saneamento e era alvo de constantes inundações. A primeira fase da intervenção está pronta, permitindo criar ruas asfaltadas e espaços de lazer num lugar em que apenas existiam caminhos em terra batida. Mas a autarquia garante que estão previstas mais duas fases, com recurso a fundos comunitários.
"É preciso ver as fotografias do antes e do depois. Parece uma mera obra de requalificação. Mas aqui nem existiam ruas. Era tudo em terra batida e sem qualquer tipo de infraestruturas", destaca o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, dando conta das dificuldades de acesso a meios de socorro. "Agora, temos um canto da cidade que é tratado como qualquer outro canto", sublinha ao JN.
Rede de águas pluviais
A primeira fase do projeto de Reabilitação Urbana de Azevedo de Campanhã, que foi desenvolvido pela empresa municipal Águas e Energia, previu a criação de todo o tipo de infraestruturas, desde abastecimento de água, a energia, telecomunicações e saneamento. "Muito daquilo que não conseguimos ver", vinca Filipe Araújo, tentando mostrar que não se trata apenas da criação de novas ruas com passeios, depósito de resíduos, praças e espaços "para que a população idosa possa conviver".
É que o projeto, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito das comunidades desfavorecidas, permitiu também criar uma rede de águas pluviais, resolvendo um dos maiores problemas de S. Pedro de Campanhã: as constantes inundações. O que possibilitou direcionar a água, aumentando a segurança na via pública e diminuir "os transtornos causados pelos frequentes episódios de chuva intensa".
"Em São Pedro de Azevedo existe agora uma rede de águas pluviais e os contentores estão enterrados, sendo menos impactantes e sem cheiro", destaca a Câmara do Porto. "Foram resolvidos problemas estruturais", acrescenta Filipe Araújo, durante uma visita à zona recentemente intervencionada.
"Não podemos esquecer que havia aqui zonas em que nem sequer uma ambulância conseguia chegar e, muitas vezes, zonas que inundavam com eventos extremos. Hoje, temos um espaço bonito", reforça o vice-presidente da Câmara do Porto.
Cidade sem ruas esquecidas
Para Filipe Araújo, é importante que os moradores de São Pedro de Campanhã também se sintam parte da cidade. "Numa zona de terra batida em que as pessoas não tinham qualquer condição, há zonas reabilitadas, todas as infraestruturas e qualidade de vida. Não podemos ter ruas esquecidas na cidade do Porto", sublinha Filipe Araújo.
Para o presidente da Câmara do Porto, o projeto respeita as características da zona. "É muito importante que o projetista compreenda bem os espaços. Não se pode ter a ideia de que uma solução para a Boavista pode ser a solução para aqui. Tem de ser diferente", diz Rui Moreira.