<p>A Câmara Municipal de Almodôvar proibiu a passagem, pelo centro da vila, dos camiões que, diariamente, asseguram o transporte de minério e terras entre as minas da Somincor e a A2 (auto-estrada Lisboa-Algarve).</p>
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O problema surgiu depois das fortes chuvas que impediram a passagem dos comboios e obrigaram a que um troço da linha que liga Neves-Corvo a Setúbal, fosse desmontada para deixar escoar as águas.
O transporte de minério para o porto de Setúbal e, no sentido inverso, de areia e combustível para a mina passou a ser feito via Almodôvar, em virtude do trânsito na ponte da ribeira Maria Delgada, na Estrada Nacional 2, à entrada de Castro Verde, estar "restrita" pelas Estradas de Portugal.
Desde o início da laboração das minas de Neves-Corvo que o município de Almodôvar se bate junto das instâncias governamentais para receber parte da derrama paga na totalidade ao vizinho município de Castro Verde pela Somincor, quando "parte da exploração é feita neste concelho", disse ao JN, António Sebastião, presidente da Câmara de Almodôvar.
Concelho mais pobre
Embora não querendo ligar a proibição ao facto do município não receber qualquer verba, António Sebastião destaca, ainda assim, que "o concelho fica mais pobre com a extracção do minério na sua área", além de receber "as matérias tóxicas e os rejeitados da mina".
Quanto à circulação dos camiões, o edil mostrou-se "agastado" com o facto de não ter sido informado "por qualquer entidade", Somincor, Estradas de Portugal (EP) ou transportadoras e solicitou à GNR que "proibisse" o trânsito dos camiões "face ao perigo que o mesmo constituía" para a vila.
Relativamente às verbas provenientes da derrama, a Câmara de Almodôvar dispõe desde 2003 de um parecer que da Direcção Regional de Finanças, "reconhecendo o direito ao recebimento do imposto", mas tal nunca se verificou.