Em Guetim, Espinho, há uma família em que o pai e o filho padecem de cancro. À luta diária da vida no fio da navalha, junta-se uma outra: precisam de uma casa que minimize a já muito penosa existência.
Corpo do artigo
O olhar cabisbaixo e melancólico de Armando, de 69 anos, reflete de imediato o momento de angústia que se vive no seio da família Silva. O rosto pálido e absorvido pelo desgaste de uma luta incessante contra um cancro do pulmão há muito lhe roubou o sorriso e calcinou qualquer expressão de bem-estar.
Com uma mão estendida sobre o gélido puxador de alumínio, abre a porta que se encontra coberta por uma capa de gotículas de humidade que se precipitam até ao chão.
Dentro da habitação, que há três anos acolhe a família, os corpos são repentinamente tomados por uma corrente fria que nos percorre da cabeça aos pés. Um frio que ganha intensidade e se torna quase gélido quando Armando apresenta Rui Nunes.
O filho de 6 anos surge de máscara no rosto e com um gorro sobre a cabeça. Marcas de um cancro cerebral que desde março passado faz parte do seu dia a dia.
Mas, ao contrário do pai, Rui ainda é dono do seu sorriso. Sofrido e inocente, mas com alegria contagiante.
Ler mais na versão e-paper ou na edição impressa