Filha de emigrantes em França tem 15 anos e ficou paralisada após paragem cardíaca.
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Carolina Silva tem 15 anos. Há um ano que vive em Guimarães, terra natal do pai que está emigrado em França. Em março de 2021, perdeu a mobilidade na parte inferior do corpo, na sequência de uma paragem cardíaca. Em janeiro do ano passado, os médicos franceses deram-lhe alta e desiludiram-na relativamente à possibilidade de melhorar, mas, com a terapia já recuperou a controlo sobre a bexiga e algum movimento nas pernas.
Estes progressos alimentam-lhe a esperança de poder voltar a andar, mas o dinheiro começa a faltar. Por isso, Carolina e a mãe, Isabel Silva, de 49 anos, começaram a fazer bolachas que trocam por donativos.
Até ao dia em que foi ao hospital, por ter um joelho inchado, fruto de uma pequena queda, Carolina não sabia que tinha no seu organismo uma bomba relógio. "Fomos para fazer uma radiografia e ela acabou por ter um ataque cardíaco no hospital", conta a mãe. Carolina tinha um problema cardíaco que desconhecia. "Corria e brincava, fazia educação física. ", conta.
Quinze dias em coma
"Os médicos levaram 30 minutos para reverter a paragem cardíaca e, depois disso, a Carolina estava tão mal que esteve em coma induzido por 15 dias", recorda a mãe. Carolina ficou com sequelas: pernas paralisadas e incontinência. Em França, fez terapia num centro de reabilitação durante seis meses, "sem progresso", lamenta.
Contudo, numa visita a Guimarães, a família conheceu o terapeuta Mário Sichel que lhes deu esperança. Uma consulta ao neurologista Paulo Linhares reforçou a ideia de que a Carolina poderia recuperar algumas funções. Foi preciso dividir a família, com o pai a regressar a França. Passado um ano, Carolina já não é incontinente, mexe os pés, recuperou massa muscular e consegue fazer 15 minutos de passadeira com ajuda de talas. Mas o dinheiro falta.
A população em Sande São Martinho tem-se mobilizado para ajudar. Mãe e filha decidiram não ficar de braços cruzados e agora fazem bolachas que trocam por donativos. "Em algumas semanas conseguimos o suficiente para pagar os 300 euros da terapia", reconhece Isabel.
Caminhada
Uma caminhada solidária, com saída do adro da igreja de São Martinho de Sande vai realizar-se a 5 de março, pelas 9 horas. Na página de Facebook "Vamos ajudar a Carolina a andar" é possível encomendar as bolachas em troca de donativos que são públicos. Foi aberta uma conta bancária (PT 50 003503630011982363068).