A Casa-Museu Manuel de Boaventura, na freguesia de Palmeira de Faro, vai custar 2,13 milhões de euros ao Município de Esposende.
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O executivo municipal aprovou o projeto de execução e a abertura do concurso público da empreitada que visa transformar a Casa de Susão, adquirida pela autarquia em 2021 e onde o escritor viveu durante 70 anos, num local de promoção do autor e da sua obra.
Além da atribuição do seu nome à Biblioteca Municipal, a autarquia avançou com a criação do Prémio Literário Manuel de Boaventura, em 2016, e com a reedição das suas obras, contabilizando-se já 11 desde 2017.
A aquisição da habitação contemplou também todo o recheio, tal qual como quando aí residia o escritor, com a família, sendo que a sua biblioteca particular e arquivo tinham sido já objeto de doação à Biblioteca Municipal, encontrando-se em tratamento técnico.
A Casa de Susão, datada do Século XIX, com três pisos, eira e espigueiro, constitui a memória viva, íntima e pessoal do escritor, o ponto de partida para descobrir a sua obra, onde se reconhece a “Escrita da Terra”, os “Vocábulos Lugareiros”, as romarias e festas, o mundo maravilhoso de lendas, bruxas, gnomos, lobisomens, fadas e diabos, a narrativa humorística e emotiva dos costumes e paisagens de Entre Douro e Minho.
A sua recuperação e transformação em Casa-Museu exige não só recursos financeiros, mas um cuidado e sensibilidade extremos para garantir a preservação, fiel e rigorosa, da identidade do imóvel e das suas vivências, dotando-a das condições necessárias, quer na acessibilidade, quer na funcionalidade de espaços, de modo a poder ser usufruída por todos.
“Trata-se de um projeto ambicioso, à medida da grandeza de Manuel de Boaventura, e cujo principal objetivo é, mais uma vez, permitir que todos possam conhecer melhor a sua vida e obra, mas também usufruir deste património, de enorme valor cultural e histórico para o concelho de Esposende”, realça Guilherme Emílio, presidente da Câmara.