A CCDR-N disse, este domingo, estar a aguardar pela abertura de uma linha de financiamento comunitário para começar a retirar as 88 mil toneladas de resíduos perigosos depositadas nas antigas minas de S. Pedro da Cova, Gondomar.
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"É importante que quem gere os fundos comunitários crie condições para que a nossa candidatura possa ser recebida, estudada e analisada em tempo recorde, à medida da urgência da situação, considerando ainda a vontade do governo em ver este problema resolvido", afirmou à Lusa fonte oficial da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
De acordo com os resultados de um estudo encomendado ao Laboratório de Engenharia Civil (LNEC), e divulgado em Março, os resíduos provenientes da extinta Siderurgia Nacional e depositados em S. Pedro da Cova são perigosos, tendo sido encontradas "concentrações de chumbo muito superiores ao valor limite previsto na legislação".
Considerando "a elevada perigosidade" dos resíduos, a CCDR-N determinou a "remoção integral dos depósitos em causa", "a comunicação imediata dos resultados e conclusões às autoridades" e "a monitorização ambiental das águas subterrâneas".
"Faremos todos os esforços para que a remoção ocorra até ao inverno", garantiu então o vice-presidente da CCDR/N, Paulo Gomes.
Desde essa altura que a comissão começou a trabalhar com o LNEC num "caderno de encargos, que oriente a operação complexa e exigente de remoção dos resíduos e reencaminhamento para um centro especializado onde, antes de seguirem para um aterro, têm de ser sujeitos a trabalho prévio".
Uma operação que, disse hoje fonte da CCDR-N "orçará sempre acima de seis milhões de euros de investimento".
O porta-voz garantiu que a comissão "sempre recebeu por parte da tutela, e já com o novo governo, todo o apoio e toda a disponibilidade no sentido de se encontrar uma solução rápida", tendo sido informado "há algumas semanas" que a responsabilidade para a gestão do processo de remoção dos resíduos, seria "entregue à CCDR-N".
Também da tutela receberam a garantia de que constará do PIDDAC para 2012 "um montante de 1,2 milhões de euros que viabilizará o acesso a financiamento comunitário".
A comissão aguarda agora por um convite ou pela abertura de uma linha de financiamento do POVT, apenas após o que se poderá lançar um "concurso internacional para execução do projeto e para encontrar players para remoção e reencaminhamento dos resíduos".
"Para que a operação tenha sucesso é preciso que ninguém falhe", disse mesmo o presidente da CCDR-N, Carlos Lage.
Simultaneamente está pronto para avançar um programa de estudo de águas superficiais e subterrâneas a montante e jusante do aterro em S. Pedro da Cova, onde existirão pontos de amostra para recolhas antes, durante e após a operação de remoção dos resíduos.
Trata-se de um programa de estudo desenvolvido pelo LNEC e pela FEUP, autónomo do projecto de remoção e para o qual o governo deu apoio e disponibilidade para financiar, através do fundo de intervenção ambiental e que conta ainda com o apoio da ARH Norte.