Câmara de Guimarães está a projetar um edifício "de sustentabilidade e clima" que seja legado da Capital Verde Europeia depois de 2026.
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O CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento) e a NOS vão investigar mobilidade autónoma em Guimarães. Esse trabalho será feito num edifício emblemático a construir para a Capital Verde Europeia. No lançamento do livro que celebra os 10 anos de trabalho do Laboratório da Paisagem, na Cidade Berço, a ministra do Ambiente, Graça Freitas, anunciou, esta segunda-feira, um projeto-piloto no Douro, no âmbito do programa dos créditos de Natureza, e quer o Laboratório da Paisagem envolvido.
Domingos Bragança aproveitou a presença da ministra para lançar um repto ao Governo, com vista a obter apoio à sua pretensão de construir “um edifício marcante da Capital Verde Europeia”, que prolongue o legado para lá de 2026. “Será uma estrutura para dar continuidade às políticas ambientais que estão a ser estudadas e implementadas no âmbito da Capital Verde Europeia”, esclareceu o autarca. O Município já tem um local para o “edifício da sustentabilidade e do clima”, junto ao campus de Azurém da Universidade do Minho.
“Temos o terreno e há financiamento do Fundo Ambiental e do Portugal 2030, mas não chega”, aponta Domingos Bragança. “Temos parceiros de peso interessados, nomeadamente o CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento) e a NOS que querem instalar aqui um centro de investigação relacionado com mobilidade autónoma. O próprio centro de controlo de satélites da Constelação do Atlântico, que tem um espaço previsto na Fábrica do Arquinho [as futuras instalações do curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade do Minho], poderá mudar para esta nova estrutura”, acrescentou.
Graça Freitas, que irá presidir à Comissão de Honra de Guimarães Capital Verde Europeia 2026, registou esta ambição do autarca e tomou conhecimento do trabalho que tem sido efetuado pelo Laboratório da Paisagem - uma associação que envolve o Município, a Universidade do Minho e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro -, nomeadamente na candidatura a Capital Verde Europeia.
Proteger ecossistemas
“A distinção como Capital Verde Europeia é, não apenas justa, é lógica e uma consequência inevitável de todo o trabalho que tem sido feito. Guimarães é hoje a cidade com o objetivo mais ambicioso em Portugal para alcançar a neutralidade carbónica em 2030”, avaliou a ministra.
Graça Freitas, que reúne hoje com a comissária europeia do Ambiente, Jessika Roswall, irá abordar a vontade de Portugal ter um projeto-piloto no Douro, no âmbito dos Créditos de Natureza. Este novo mecanismo será uma forma da União Europeia pagar aos agricultores e silvicultores para protegerem os ecossistemas e a ministra quer envolver o Laboratório da Paisagem neste primeiro projeto, com a possibilidade de estendê-lo a Guimarães.