O Centro de Estudos Ferreira de Castro, em Oliveira de Azeméis, apresentou uma denúncia no Ministério Público por não concordar com a intervenção que a Câmara Municipal pretende fazer na quinta do escritor que lhe dá o nome.
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Em comunicado, a instituição explica que esta denúncia foi decidida "em face da decisão tomada pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e a Junta de Freguesia de Ossela de construção de um edifício em torno da casa onde nasceu Ferreira de Castro". Uma decisão que, diz o responsável pela instituição, Carlos Castro, "vai contra as disposições da doação feita pelo escritor ao município em 1967, doação essa que foi aceite por aclamação".
Por isso, considera que a intervenção prevista se trata de "um atentado ao património histórico e cultural da freguesia e do concelho" e "um desrespeito à vontade de Ferreira de Castro e à palavra dada pelo município, que se obrigou a manter a quinta na sua configuração tradicional".
A denúncia sobre a "ilegalidade", como designa o Centro de Estudos, foi apresentada ao Ministério Público, junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro. Anteriormente, tinha sido promovida uma petição pública contra a anunciada construção, que foi já subscrita por 689 pessoas.
Numa Assembleia Municipal onde o assunto foi debatido, o presidente da Câmara, Joaquim Jorge, defendeu que "é difícil encontrar um projeto com linhas tão simples, muito parecidas com a casa onde ele nasceu" e que o Centro Interpretativo tinha como objetivo "honrar a vida e a obra do escritor".
O concurso público para a empreitada, que consiste nos trabalhos necessários à ampliação do edifício da casa museu Ferreira de Castro, com vista à criação de um centro interpretativo do património literário de José Maria Ferreira de Castro, foi já publicado em Diário da República. A intervenção está orçada em cerca de 260 mil euros.