Os mais de 47 mil utentes da Extensão de Saúde de Corroios, Seixal, começam hoje a ser atendidos no Miratejo, devido a obras de beneficiação, que vão durar cerca de quatro meses. Até lá, vão ser todos atendidos num gabinete destinado a quem não tem médico de família.<br />
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“Vai ser o caos, porque já estão lá quase 20 mil sem médico de família. Agora, juntamente com os outros todos que têm médico de família e que durante estes quatro meses não vão ter médico de família, a coisa vai complicar-se ainda mais”, queixa-se Domingas Gonçalves, porta-voz da Comissão de Utentes de Corroios.
“Se o centro de saúde já estivesse construído, como andamos a reivindicar há anos, nada disto estaria a acontecer”, realça, frisando que “estas obras não vão resolver o problema”.
Orçadas em 200 mil euros, as beneficiações vão abranger o interior do edifício de quatro andares, cujas instalações sanitárias já não estavam a funcionar.
“Vai ser tudo feito de novo”, adiantou ao JN a coordenadora da unidade, Gabriela Fernandes, antevendo problemas no atendimento aos utentes na extensão do Moinho de Maré, em Miratejo.
“Fizemos o melhor que pudemos com escalas médicas rotativas, mas vamos ficar muito apertadinhos”, explica, frisando que durante o tempo em que decorrem as obras não haverá consultas de planeamento familiar.
“A saúde materna vai ser prioritária”, esclarece, considerando que as condições de atendimento só irão melhorar com a construção de um novo equipamento em Santa Marta do Pinhal.
Devido a esta situação, a comissão de utentes decidiu prolongar a recolha de reclamações para exigir a construção urgente de um novo centro de saúde. Até ao final de Agosto, foram preenchidos 16 livros com um total de 400 reclamações.