<p>Os pais de uma utente da Cerci de S. João da Madeira alegam que foi fechada num quarto de banho, após uma discussão com uma funcionária. Nervosa, a jovem, que sofre de epilepsia, tomou 20 comprimidos e teve de ser assistida no hospital.</p>
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O alegado desentendimento entre a funcionária da Cerci e a utente de 25 anos, que frequenta um curso de formação profissional na instituição, terá começado à hora do almoço. Momentos depois, a jovem dirigiu-se ao quarto de banho, dizendo que precisava de tomar os comprimidos habituais para a epilepsia. Fonte contactada, pelo JN, garante que a jovem acabaria por ser obrigada a permanecer alguns instantes naquele compartimento, em consequência da discussão que ocorrera com a funcionária e cujos motivos são desconhecidos.
Quando a "deixaram sair" do quarto de banho, disse que tinha tomado todos os comprimidos que tinha no frasco. Mas não foi logo levada a sério pelos responsáveis da instituição, que suspeitavam que tivesse atirado os 20 "Retrovil" para a sanita.
A responsável técnica da Cerci de S. João da Madeira, Madalena Amorim, confirma que a jovem "mostrou o frasco vazio". "A princípio, não acreditámos, pois não aparentava qualquer problema. Depois ficámos preocupados e chamámos os pais. A mãe disse que a filha estava a falar verdade e ligámos para o INEM", relata.
Madalena Amorim nega, todavia, que a jovem tivesse sido obrigada a permanecer no quarto de banho. "Ela entrou e deixou a porta entreaberta. Uma funcionária limitou-se a encostar a porta para ela poder ter privacidade", diz.
Apesar de deixarem claro que "a Cerci e a maioria das pessoas que lá trabalham tratam muito bem" a sua filha, os pais, que preferem não se identificar, acusam uma funcionária de ser "rude" e de a ter "enervado" ao ponto de tomar os comprimidos.
"A minha filha tem períodos de grande agitação, mas nunca fez isto. Teve de ser muito enervada", alega o pai, garantindo que a instituição sabia que a jovem tinha o frasco de comprimidos (ver caixa): "São eles que, por vezes, a mandam ir ao cacifo buscar os comprimidos para tomar", refere.
Os pais lamentam, ainda, a demora no atendimento da jovem no Hospital S. Sebastião. "Esteve quase duas horas à espera de ser atendida", acusam. A rapariga teve alta hospitalar anteontem.