Clínica de Famalicão muda paradigmas de mãos dadas com a comunidade
Há dez anos que a clínica privada Neurodor, em Famalicão, existe com o objetivo de tornar a sociedade mais empoderada, autónoma e envolvida no processo de tratamento. A equipa liderada por Tiago Freitas quer romper o mito de que a fisioterapia só surge na reabilitação e aposta num trabalho centrado na prevenção.
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Dissolver estereótipos, mudar paradigmas e transformar mentalidades. Foi com propósitos bem delineados que Tiago Freitas fundou, há dez anos, o projeto que deu origem à Neurodor, uma clínica de fisioterapia, em Famalicão, que conta hoje com 14 profissionais de várias especialidades. Além de contribuir para resolver os problemas dos utentes, o fisioterapeuta acredita que pode fazer a diferença na forma como a comunidade encara a saúde.
"O meu objetivo foi que pudéssemos ter uma sociedade mais informada, com mais literacia, com outro empoderamento e com um papel ativo", justifica o diretor clínico, que organiza com frequência palestras, conferências e workshops. "Aquela lógica de deitar na marquesa de 'papo para o ar' e esperar que o milagre aconteça tem os dias contados", afiança Tiago Freitas, indicando que o papel dos profissionais de saúde passa, cada vez mais, por ajudar os utentes a mudar hábitos de vida e a serem agentes ativos no tratamento. Embora continue a explicar que a fisioterapia não se resume à reabilitação, o trabalho de consciencialização feito na última década já começou a dar frutos.
"Quando as pessoas partilham os resultados que foram alcançando e como o processo decorreu, estão a educar o próximo. Uma das mudanças que noto é que, quando as pessoas chegam cá, já estão muito mais disponíveis para se envolverem no processo e não obterem a tal técnica milagrosa", aponta.
Recuperação eficiente
Outro dos mitos a quebrar é a ideia de que a fisioterapia se esgota na massagem. Da terapia manual - que pode ou não envolver a conhecida técnica - passando pelo exercício clínico, por meios eletrofísicos e pela educação, a profissão engloba um conjunto complexo de intervenções para atingir os resultados. Quem o comprova é Chalana Barroso, 37 anos, que durante seis meses recorreu à Neurodor após ter sido operado a um ombro, na sequência de um acidente de trabalho. Teve algumas dezenas de sessões, desde a mobilidade ao reforço muscular. "Comparando com outras clínicas nas quais já estive, aqui senti uma grande diferença logo na primeira abordagem. A primeira sessão é centrada no paciente. A preocupação sempre foi ter uma recuperação eficiente, fazer as coisas no tempo certo para não ter complicações no futuro", recorda o utente, indicando que durante todo o processo houve sempre troca de informação entre o médico que o operou e o fisioterapeuta.
Para Tiago Freitas, a articulação com outras áreas é fundamental, uma vez que numa consulta de fisioterapia podem surgir indícios para diferentes patologias, como reumatológicas, oncológicas ou neurológicas. "É importante atuarmos como primeiro contacto, mas termos consciência e responsabilidade para referenciarmos imediatamente se houver sinais de alerta", previne o diretor clínico, frisando a necessidade de procurar sempre profissionais habilitados.
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Preços
Uma sessão numa clínica privada de fisioterapia pode custar entre os 30 e os 75 euros. Há clínicas que oferecem “pacotes” de sessões para tornar o preço mais vantajoso.
Idades
A fisioterapia é procurada por utentes de todas as idades, desde bebés a idosos com 90 anos. Na Neurodor, a faixa etária mais prevalente é a dos 40-55 anos, devido à dor lombar.
Motivos
Na clínica de Famalicão, metade dos casos são motivados pela dor lombar. Os restantes diagnósticos dividem-se entre problemas do joelho, anca, cintura escapular e cervical.