Mais de vinte e quatro horas depois da queda do helicóptero de combate a incêndios no rio Douro, irá ser “colocada uma rede, a jusante do local do acidente, para delimitar a área, para evitar que o corpo do militar desaparecido possa derivar", atendendo a que as buscas, para já, continuam infrutíferas.
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A revelação foi feita pelo Almirante Gouveia e Melo que, ao final da manhã deste sábado, na companhia do ministro da Defesa, Nuno Melo, chegou ao centro de operações de resgate localizado nas imediações do Cais de Lamego. Confrontado pelo JN se as redes não chegam tarde de mais, o Chefe de Estado Maior da Armada negou. “Não porque o caudal foi imediatamente reduzido e os militares que se soltaram estavam muito perto do aparelho”, disse.
Dos mergulhos feitos esta manhã pelas diferentes equipas, resultou “apenas” a recolha de pertences pessoais das vítimas que estavam no fundo do rio. Não foi detado o corpo do militar desaparecido.
A operação de remoção do helicóptero está a ser feita aos poucos, com a ajuda de uma embarcação com grua. Há expetativa que o corpo do militar “ainda” possa estar preso à fuselagem. Até ao final da manhã havia sido recolhido uma porta e um bocado da traseira da cabine do helicóptero.
“Quando estiveram reunidas as condições, vão voltar as buscas aquáticas, aéreas e nas margens do rio no sentido de localizar a vitima desaparecida”, frisou Silva Lampreia, da Polícia Marítima do Porto do Douro e Leixões, aos jornalistas.
As áreas de busca, segundo o responsável, “vão-se manter enquadradas num processo evolutivo, vão crescendo em função das necessidades”.
O rio vai continuar com o atual nível do leito, mais baixo que o habitual, tendo sido acordado com a EDP, empresa concessionária das barragens a jusante de Lamego, “manter as eclusas com esta estabilidade”, certificou Silva Lampreia.
“A esperança nunca deverá morrer, e por isso, continuamos fortemente motivados na busca do militar”, garantiu o responsável, explicando depois que os destroços da aeronave irão para Viseu, em coordenação com o gabinete de prevenção de acidentes com a aeronaves, de forma a efetuar as perícias para tentar perceber qual foi a causa do acidente.
Refira-se que este tipo de aparelho não tem caixa negra. “Tudo indica que face ao estado em que se encontra a aeronave, a violência do embate foi bastante forte e praticamente causou a destruição total" do helicóptero, "que ficou irreconhecível”, referiu o comandante da Polícia Marítima, afastando a hipótese de ter havido uma tentativa de amaragem do piloto. “Face às imagens a queda foi violenta”, revelou.
Quanto à presença de Nuno Melo no Centro de Operações de Resgate, segundo o governante, decorre no âmbito das suas obrigações de ministro da Defesa “e para manifestar um profundo pesar às famílias das vitimas, toda a minha solidariedade à GNR e manifestar o meu apreço pelo envolvimento empenhado de mais de 200 operacionais coordenados pela Polícia Marítima”, disse.
Silva Lampreia explicou que a cauda do helicóptero ainda se encontra na água e que, no local, se encontram 200 operacionais, acompanhados de 15 embarcações e 40 viaturas.
A zona do rio Douro onde estão a ser efetuadas as operações de resgate mantém-se interdita, com as circulação cortada.