Donos de restaurantes e cafés do Grande Porto fazem balanço positivo dos apoios das câmaras para minimizar impacto da covid-19. Pedido alargamento com isenções de taxas.
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As esplanadas amovíveis, de madeira, em cima de passeios ou em lugares de estacionamento, fazem já parte da imagem de muitas cidades do Grande Porto. Resultaram do apoio das autarquias aos cafés e restaurantes para superar as restrições impostas pela Direção-Geral da Saúde. Seis meses depois, o balanço dos comerciantes é positivo e o investimento realizado compensou. Muitos defendem que a utilização do espaço público deve ser prolongada pelas câmaras mesmo que mediante o pagamento de taxa.
"Sei que vai ser até ao final do ano, mas gostava de ter a esplanada por mais tempo. Não compensou os prejuízos porque estivemos muito tempo encerrados e, depois, os meses seguintes ao confinamento não foram iguais aos do ano passado. Mas as quatro mesas que colocamos na zona do passeio sempre ajudou", explica José Alves, gerente do café snack-bar Chá Chá Chá, no centro de Gaia.
Logo após o estado de emergência, a Câmara de Gaia aprovou a 18 de maio, um conjunto de "medidas de apoio à retoma da economia", algumas das quais "excecionais e provisórias para a ocupação do espaço exterior privado ou público por esplanadas, até ao final deste ano". Os lojistas ficaram isentos de taxas, mas a Câmara de Gaia recorda que as medidas excecionais terminam no final de 2020. Até ao momento, foram registados 81 pedidos para ampliação e/ou colocação de novas esplanadas, existindo na totalidade 150 processos ativos e regularizados.
A Câmara do Porto diz que existem 504 esplanadas autorizadas ao abrigo do regime excecional até 31 de dezembro, com isenção de taxas, e não vai permitir coberturas nas esplanadas. "Apenas é permitido usar guarda-sóis sem ultrapassar a área autorizada", explicou ao JN fonte do município. Os aquecedores, desde que sejam instalados dentro da área da esplanada, não precisam de licença.
quebras de 50%
"Resultou e se for preciso pago para as manter a funcionar", afirma José Carlos Silva, gerente do Snack-bar Sinatra"s e da Taberna do Doutor, na Rua da Firmeza, Porto. "Mesmo com a esplanada as quebras rondam os 50%. Apesar de serem em madeira foi feito um investimento que ainda estou a reaver. É importante não pagar taxas até ao final do ano mas a minha vontade é continuar com as duas esplanadas a funcionar", acrescenta o empresário de 47 anos.
Em Matosinhos e Gondomar, o cenário é semelhante. "Findo o mês de outubro, não haverá prolongamento das licenças", informa a autarquia gondomarense que tinha colocado setembro como término para esta medida de apoio à economia local, mas que optou entretanto por este prolongamento "a título excecional".
"As pessoas aderiram bem à esplanada que enche mais rapidamente do que o interior da cafetaria. Estamos na expectativa porque não sabemos como será no inverno. Gostava de manter as mesas no exterior", afirma Reinaldo Gonçalves, gerente da Darema Waffle Bubble, na Praceta 25 de Abril, no centro de Gondomar. Em Matosinhos, na Marisqueira dos Pobres, as quebras de negócio chegam aos 30%. "E a esplanada agora de inverno também pouco adianta", conta o gerente Norberto Vasconcelos.
Na Maia, o apoio ao tecido comercial termina dentro de dois meses, embora com "o alargamento ou atribuição pontual de esplanadas, até um máximo de 100% do espaço que ocupam atualmente, mediante solicitação". Até ao momento, deram entrada nos serviços do município 21 pedidos.