Foi com a ajuda do filho que, há 10 anos, José António Cardoso construiu a sua primeira viola de cordas, uma guitarra clássica, que levou um ano a fazer, mas a sua paixão são as violas campaniças.
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Em 2012, este transmontano, natural de Ribeira de Pena, assentou arraiais em Trindade, concelho de Beja. Em julho de 2020, José António Cardoso dizia ao JN: "construir violas campaniças foi a forma como decidi homenagear os alentejanos e deixar um legado a um povo que tão bem recebeu um transmontano".
Agora, mestre Cardoso vai editar cinco livros que, para além da partilha da experiência de pai e filho como construtores de violas de cordas, pretende que cada volume seja "um bom auxiliar para construtores que, porventura, queiram comparar os seus métodos de construção, mas também um manual para os apaixonados por estes instrumentos, músicos ou não, que desejem construir a sua própria viola", justificou.
O primeiro livro, uma edição exclusiva da Câmara Municipal de Beja e limitada a 150 exemplares, será apresentado no próximo sábado no Centro UNESCO, na cidade Pax-Júlia, denominado "Manual de Construção de Cordofones-Viola Campaniça", é "uma obra que visa valorizar a tradição, perpetuar e transmitir técnicas de construção que se têm perdido ao longo do tempo e promover a viola campaniça como um instrumento de referência do território", segundo o autarca bejense, Paulo Arsénio.
Rui Óscar Teixeira, cantor num grupo coral alentejano e tocador de viola campaniça, sustenta que mestre Cardoso "não é só um artista na revelação do som das madeiras como tem uma enorme generosidade de partilhar o que aprendeu ao longo de anos de trabalho".
Em futuras publicações vai ser abordada a construção relativa à guitarra clássica, acústica e viola de fado (2º volume), guitarra portuguesa de Lisboa e Coimbra (3º volume), ukulélé e cavaquinho (4º volume) e o bandolim português (5º volume).