<p>Bruno André (5 anos) foi atropelado por um carro quando brincava numa zona pedonal no centro de Valongo. Um mês e meio depois, ninguém se responsabiliza e a família exige ser ressarcida dos danos. A Câmara vai mudar mecos de acesso. </p>
Corpo do artigo
Era uma sexta-feira, e como habitual, Bruno e os pais foram ao Café Studio, no Largo do Centenário de Valongo. O rapaz ficou com as outras crianças a brincar no exterior, numa zona pedonal, onde o acesso dos carros é restrito e alegadamente controlado por um meco que sobe e desce. No caso, desce mais do que sobe porque ou está avariado ou alguém se esquece de o colocar na posição correcta.
Faltavam poucos minutos para a meia-noite do dia 28 de Agosto quando Bruno entrou no café para ir buscar gelo e voltou a sair. De repente, mal o pai virou costas, foi colhido por um carro. "Apanhou-lhe o lado direito da cara [ficou com escoriações e hematomas], e fez-lhe uma fractura exposta na perna esquerda", conta a mãe, Sandra Brito.
A criança teve de ser submetido a uma intervenção cirúrgica e ainda traz a perna engessada. A mãe quer ser ressarcida dos danos, nomeadamente, das despesas associadas à operação e internamento e exige à Câmara de Valongo medidas rápidas para evitar futuros acidentes.
Da parte da seguradora do veículo que atropelou Bruno André, "a resposta aos telefonemas é sempre a mesma: dizem que está em fase de instrução", refere Sandra Brito, temendo que o caso fique esquecido.
A mãe da vítima escreveu uma carta à Câmara de Valongo, no passado dia 8 de Setembro, acusando-a de ser também responsável pelo acidente, uma vez que aconteceu numa zona "onde supostamente não circulam carros".
No acesso ao largo, conforme o JN comprovou na passada quinta-feira, há uma placa a indicar trânsito proibido com excepção de viaturas ligeiras para cargas e descargas e acessos a garagens. O meco mecânico estava em baixo, "como tem estado há meses", assegurou Sandra Brito.
A Câmara respondeu, dois dias depois, alegando que "os pilares são sistematicamente vandalizados" e acusa alguns comerciantes que têm a chave de, "por esquecimento ou incúria", não os colocarem na devida posição. A responsabilidade da Autarquia nesta matéria foi questionada na última reunião pública do Executivo e os argumentos foram idênticos.
Sandra Brito procurou também a Junta de Freguesia de Valongo que lhe apresentou uma carta endereçada à Câmara, em Junho, antes do acidente, sobre a utilização dos comandos que controlam os mecos. "Relativamente ao desrespeito pelas regras de utilização dos mesmos, pensamos ser da Câmara a competência de fiscalização", pode ler-se no ofício.
Ao JN, a Autarquia informou que vai introduzir alterações no sistema que controla as entradas e saídas dos carros (ler caixa).