Foi uma viagem no tempo sobre carris, que juntou miúdos e graúdos na marginal do Porto. O desfile de carros elétricos históricos regressou, este domingo, às ruas da cidade após dois anos de interregno devido à pandemia e assinalou os 150 anos da inauguração da primeira linha de transporte público com a recriação do carro "americano", puxado a cavalos. De telemóvel ou máquina fotográfica na mão, não faltaram curiosos a registar o momento.
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Foi o caso de Nuno Rodrigues. O portuense, de 46 anos, ia visitar uma exposição à Alfândega do Porto com a família quando se deparou com o carro "americano". "Vimos o carro e chamou-nos a atenção. É muito bonito", descreveu.
Além do "americano", o desfile contou com mais 14 viaturas históricas do acervo do Museu do Carro Elétrico. A bordo dos veículos viajou cerca de uma centena de pessoas. O pequeno João, de cinco anos, foi um dos passageiros.
"Com a idade do meu neto, quando me perguntavam onde queria ir, dizia que queria ir a Belém de elétrico. Os bancos eram de palha", recordou a avó, Ana Paula, natural de Lisboa.
Ao leme do histórico 315 seguia Francisco Stocker. É finalista em Medicina na Universidade do Porto, um apaixonado por elétricos desde tenra idade e faz parte da bolsa de guarda-freios da STCP para serviços ocasionais. "Eu gostava de andar de elétrico e o meu avô fazia-me a vontade", recordou o jovem, de 24 anos.
Para a presidente do Conselho de Administração da STCP, o desfile é um "momento alto" na história da empresa. "O elétrico tem sido um sucesso nos últimos anos e, portanto, a empresa está muito empenhada em que continue o seu formato e aumente a sua capacidade", afirmou Cristina Pimentel.
O presidente da Câmara do Porto também aludiu à importância do elétrico. "Faz parte do ADN da cidade. As pessoas gostam muito e continuam a utilizar o elétrico. Não são apenas os turistas. Neste momento, estamos com um serviço reduzido por causa das obras do metro, mas queremos continuar com este símbolo histórico", garantiu Rui Moreira.