Um ano depois da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro ter criado o primeiro site que reúne toda a informação sobre esta região, a associação que representa 19 municípios quer agora chegar a mais visitantes, "do turismo do mais alto nível ao mochileiro" com ofertas "mais personalizadas".
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Lançou, por isso, na terça-feira, a campanha "Que Douro és tu?", que desafia os turistas a descobrirem a região demarcada mais antiga do mundo através de vários itinerários de acordo com o seu perfil: o explorador, a peregrina, o provador, a influencer e o empreendedor.
A CIM Douro desenhou 15 rotas personalizadas, que incluem desde quintas, adegas e restaurantes, a museus, igrejas e outros monumentos religiosos, sem esquecer paisagens naturais, miradouros, passadiços e cascatas, que ficarão disponíveis ainda este mês no site da CIM Douro. Desde os aventureiros aos amantes de vinho, das famílias aos que procuram relaxar, a ideia é mostrar que este território tem experiências para todos os gostos.
"Temos uma imensidão de oferta, somos riquíssimos em paisagem e Património Mundial da Humanidade, temos o enoturismo e o turismo religioso, mas fazemos esta promoção toda num pacote, o que fazia com que as pessoas se pudessem perder numa oferta muito diversificada e não usufruir exatamente daquilo que querem", explicou aos jornalistas o presidente da CIM Douro, Luís Machado, na terça-feira à noite, em Lisboa.
"Rotura com o passado"
Com a campanha "Que Douro és tu?", adianta ainda, a comunidade intermunicipal quer "fazer uma rotura com o passado" e "interverter" esta tendência, com "pacotes mais direcionados" que permitam aos turistas "programar e rentabilizar a sua visita" para "não chegarem lá e não saberem o que fazer ou onde ir". "Avançamos agora com o perfil do turista para oferecer ao visitante exatamente aquilo que quer e lhe dá gozo, desde turismo de lazer, ao de aventura e natureza, ao religioso, gastronómico e ao enoturismo", esclareceu.
O presidente da CIM Douro explicou que querem assim "acolher todo o tipo de turista". "Não queremos turismo de massas, mas pequenos grupos, atrair novos investimentos e promover todo o turismo, do mais alto nível ao mochileiro, sempre numa perspetiva de experiência", referiu, acrescentando que "hoje o turista do Douro é muito transversal" e há "vários nichos": "Temos um turismo de luxo, já muito forte, uma das ofertas mais caras do país com lotação sempre esgotada todos os dias".
Um ano após a criação do projeto digital "Discover Douro", Luís Machado reconheceu que "o compromisso dos durienses ainda não melhorou". "Falta-nos fazer perceber aos durienses a potencialidade que a nossa região tem. Temos já excelentes ofertas, mas falta-nos um compromisso interno de garantir que quando o turista chega ao Douro tem a oferta disponível a qualquer hora. Não podemos ter uma adega que está aberta à segunda e fecha à terça", observou.
Falta melhorar serviços
Luís Machado admitiu ainda que há vários pontos a melhorar, como o turismo gastronómico, onde "se tem fazer um trabalho extraordinário, nomeadamente no serviço e na disponibilização da oferta", ambição que também se estende à restauração e alojamento. "O nosso objetivo é ter sempre muita gente no Douro, mas ainda não estamos organizados para conseguirmos medir quem nos visita. Falta-nos melhorar e capacitar os serviços e a organização desde a restauração ao alojamento à disponibilidade das nossas adegas para visitação.Quando fizermos isto os números, naturalmente, vão aumentar", concluiu, após questionado sobre quantas pessoas visitaram o Douro em 2024, dados que, reconheceu, "estão muito espartilhados" e a comunidade intermunicipal "ainda não os tem".
A apresentação da nova campanha da CIM acontece um dia antes do arranque da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde esta comunidade intermunicipal vai estar representada com um stand próprio, de quarta a domingo, em Lisboa. A CIM Douro agrega os municípios de Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Murça, Penedono, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real, que se estendem pelos distritos de Bragança, Guarda, Viseu e Vila Real.