Eixo Atlântico reclama "envolvimento ativo" das autarquias nos planos de recuperação
O presidente do Eixo Atlântico, Ricardo Rio, defendeu esta segunda-feira a necessidade de um "envolvimento ativo" da administração local na definição de projetos e concretização dos planos de recuperação e resiliência.
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Em Viana do Castelo, onde decorreu uma reunião extraordinária da Comissão Executiva daquela associação, que agrega municípios do Norte de Portugal e da Galiza, o também autarca de Braga indicou como prioridades o investimento na produção de conhecimento, a demografia e a modernização dos serviços da administração pública da eurorregião. Alertou ainda para "a desarticulação entre a realidade dos planos português e espanhol".
Queremos ser, desde o início, uma parte ativa na concretização destes projetos
"Lamentavelmente ainda existe uma grande indefinição em relação às condições de implementação destes planos e uma falta de envolvimento ativo dos concelhos e dos organismos locais e regionais, na concretização dos seus objetivos", declarou Ricardo Rio, destacando: "Sobre a linha da meta, nós, por força da nossa capacidade de concretização, seremos seguramente chamados a vir em socorro dos atrasos e das ineficiências que se registarem. Não queremos ser esse SOS, queremos ser, desde o início, uma parte ativa na concretização destes projetos, na formatação de cada uma das ações que respondam aos objetivos que é importante prosseguir".
"Queremos que os governos nacionais possam ter outra abertura para envolver ativamente, tão cedo quanto possível, as estruturas da administração local", completou, sublinhando que ainda "não há um verdadeiro escrutínio sobre os objetivos, os resultados que se querem atingir".
"Nós vemos anúncios de várias intervenções em várias áreas, mas falta também essa análise do custo/benefício daquele que é o valor social e económico que essas iniciativas podem vir a aportar", acrescentou.
Numa conferência de imprensa realizada durante a reunião da Comissão Executiva do Eixo, que juntou representantes da eurorregião Galiza e Norte de Portugal, Ricardo Rio destacou também que foi constatada uma preocupação com a existência de "alguma desarticulação entre a realidade do plano português e do espanhol".
"Há quase que dois planos, a velocidades e prioridades diferentes. Consideramos que isso tem que ser corrigido e esperamos que ao longo dos próximos meses seja possível responsabilizar também os territórios e as suas autoridades locais e regionais no envolvimento na concretização dos planos e, por outro lado, olear estas prioridades distintas que aparentemente existem entre os planos português e espanhol", disse.
Além do debate sobre os planos de recuperação e resiliência, a reunião do Eixo serviu para "organização do trabalho" da associação e aprovação de Comissões Políticas, lideradas por autarcas que ficam responsáveis por áreas sectoriais, para "formatação de propostas e novos objetivos para o futuro próximo".