Projeto piloto num bairro da cidade dura um ano. Se correr bem, será alargado.
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Para já, é apenas um projeto-piloto que vai funcionar durante um ano num bairro de 55 habitações em Vila Real. Os moradores vão pagar pelos resíduos que produzem e que são depositados em contentores especiais. A abertura é controlada por um sistema tecnológico e por cada uma assume-se que o utilizador depositou 50 litros de lixo.
O projeto-piloto chama-se Payt (Pay as you throw) e está implementado em quatro ilhas de contentores de lixo e ecopontos no bairro Habutad. O vereador do ambiente na Câmara de Vila Real, Carlos Silva, explica que o sistema visa que "os resíduos que são produzidos em cada uma das habitações sejam os únicos que são pagos".
O objetivo principal da autarquia é que os munícipes "separem a totalidade dos resíduos" para poderem ser valorizados. Isto deverá permitir que "apenas depositem [para irem para aterro] os que não têm aproveitamento e são esses que as pessoas vão pagar".
A cobrança através do sistema Payt será feita através de um cartão que abre o contentor. Este emite um sinal à central de controlo e "admite que o cidadão depositou 50 litros de resíduos", salienta Carlos Silva. "No final do mês recebe a fatura e paga pelo número de aberturas", acrescenta.
A expectativa de Mafalda Vaz de Carvalho, responsável dos serviços do ambiente na Câmara de Vila Real, é que o pagamento seja "apenas 20% daquilo que atualmente é pago".
Há um outra modalidade que utilizada um saco que tem um dispositivo de identificação por radiofrequência e que permite abrir o contentor. Os sacos são comprados previamente na câmara e nesse ato "já são pagas todas as taxas e tarifas inerentes a este serviço".
O vereador reforça que este novo modelo de pagamento pelos resíduos "é vantajoso". Atualmente é incluído na fatura da água e "os cidadãos que participam ativamente na separação dos resíduos não são recompensados pela atitude".
Como parceiros do projeto, os cidadãos do bairro Habutad "estão isentos do pagamento de taxas e tarifas, mas vão continuar a receber as faturas, "separadas da fatura da água", para perceberem os custos que teriam por terem um comportamento adequado".
Para Mafalda Vaz de Carvalho, o sucesso do projeto-piloto "vai depender da boa-vontade dos moradores do bairro".