<p>Os bens móveis da metalúrgica Oliva, em S. João da Madeira, foram comprados pela empresa de Manuel Godinho, empresário detido no âmbito do processo "Face Oculta". Ofereceu 1,4 milhões de euros, sendo que o valor de licitação era de 500 mil euros.</p> <p> </p>
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A oferta da empresa da sucateira de Ovar, O2, ultrapassou as melhores expectativas dos trabalhadores, sendo largamente superior ao valor base de licitação que não se esperava que fosse ultrapassado por qualquer proposta a ser apresentada.
A empresa terá já sinalizado o negócio com 100 mil euros, sendo a restante verba entregue aquando da adjudicação do negócio.
A informação foi avançada, ao JN, por José Carlos Reis, elemento do Sindicato dos Metalúrgicos de Aveiro.
"O sindicato soube da venda dos materiais pelo administrador insolvente, na última sexta-feira, e terá sido adquirido por uma empresa do grupo Godinho", afirmou. Um negócio que, adianta o sindicalista, "foi além dos valores esperados pelo sindicato e pelos próprios trabalhadores".
"Esta venda deixa-nos mais animados", afirmou José Carlos Reis, lembrando que, assim, vai ser possível aos trabalhadores receberem os seus direitos. "Os trabalhadores serão os primeiros credores a receberem", considerou.
Parte de verba, cerca de 400 mil euros, deverão ser canalizados para as despesas relativas ao processo de insolvência, sendo a quantia restante é destinada a pagar aos credores. Pagamentos que serão efectuados após a venda dos restantes bens da empresa, entre os quais se encontra o emblemático edifício onde funcionava actualmente a metalúrgica de S. João da Madeira.
O encerramento da Oliva foi decidido em Abril passado, na sequência do processo de insolvência que tinha como administrador judicial Tito Germano que entretanto se demitiu e foi substituído por Elmano Vaz aquém cabe actualmente a tarefa do processo de liquidação.
A dívida da Oliva ao longo dos últimos anos de laboração ultrapassou os nove milhões de euros. Mais de três milhões são relativos a compromissos salariais por cumprir e respectivos juros, entre os quais os subsídios de Natal de 2008 e 2009, 70% do salário de Março. A empresa deixou no desemprego 140 trabalhadores.