A esquadra da PSP, no Largo do Rato, em Lisboa vai fechar entre a meia-noite e as oito da manhã, adiantou ao JN, Vasco Morgado, presidente da Junta de Freguesia de Santo António (JFSA), adiantando que este horário já está em vigor.
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O autarca diz ter sido informado da decisão do encerramento noturno da esquadra, "por telefone e por cortesia" por um responsável da PSP e reagiu com visível indignação a esta medida, cujos fundamentos, garante, não lhe terem sido explicados.
Vasco Morgado disse ao JN que esta é a esquadra que resta na freguesia, depois de terem sido encerradas as instalações de Rua das Taipas, Praça da Alegria, Santa Marta. "Não podemos aceitar que se estabeleça um horário fixo para a segurança das pessoas e bens, não faz qualquer sentido encerrar uma esquadra durante a noite", observa.
"Não encontrando nós uma razão séria e fundamentada nesta decisão para a esquadra da PSP do Rato, somos levados a pensar que esta errada e irresponsável medida, prende-se única e exclusivamente com uma decisão de índole ideológica-financeira", adianta, em comunicado o executivo da JFSA .
Ao JN, Vasco Morgado relembra que a freguesia tem 12 mil eleitores, "mas movimenta mais de 200 mil pessoas por dia" e que, afirma, "a segurança das pessoas e bens não pode ter hora marcada".
No comunicado a que o JN teve acesso, a Junta pede ao Ministério da Administração Interna que "oiça as populações e as suas necessidades antes de fazer cortes a régua e esquadro na segurança das pessoas" e exige que a "esquadra da PSP do Rato continue ao serviço dos cidadãos".
Até as lojas de conveniência têm horário mais alargado que a PSP
O autarca relembra que, há dois anos, manteve reuniões com a PSP no sentido de identificar locais na freguesia disponíveis para receber novas esquadras. "É o caso da Praça da Alegria e a Rua Luciano Cordeiro, onde existem espaço livres", sublinha, acrescentando que a freguesia está disponível para ajudar.
"Até as lojas de conveniência têm horário mais alargado que a PSP", desabafa, inconformado Vasco Morgado, que, nos últimos anos viu serem encerradas diversas outras esquadras na freguesia, uma das mais centrais e movimentadas de Lisboa.
Ao ministro da Administração Interna, a JFSA propõe que, "ao invés deste encerramento de atendimento ao público da esquadra do Rato, reforce o território da freguesia com mais agentes e mais carros de patrulhamento" e que "elabore e execute um projeto de melhoria das instalações da referida esquadra para que os agentes possam desempenhar as suas funções com a merecida e devida dignidade".
A 22.ª esquadra tem no seu corpo ativo 56 Agentes e apenas um carro de patrulha, além de instalações bastantes degradadas, pelo que Vasco Morgado reitera "a disponibilidade para continuar a colaborar com o Governo na procura de locais alternativos para a instalação daquela esquadra, antes que o encerramento da mesma se torne definitivo"