O projeto de construção do estádio da Universidade da Maia (ISMAI), da autoria de três arquitetos da mesma família, foi distinguido na primeira edição do Prémio Municipal de Arquitetura João Álvaro Rocha.
Corpo do artigo
O galardão, atribuído de dois em dois anos, é uma iniciativa da Câmara da Maia e é organizado pela Associação Pró-Arquitetura João Álvaro Rocha. O projeto premiado, bem como os restantes trabalhos admitidos a concurso estão em exposição no Fórum da Maia até ao final deste mês.
A exposição tem entrada livre e pode ser visitada de terça-feira a domingo, entre as 10 e as 22 horas. A par da distinção à obra do estádio do ISMAI, foi ainda atribuída uma menção honrosa a SISMA - Unidade Industrial da Maia, da autoria da arquiteta Sandra Maria Machado Ferreira Garcia. As três restantes obras admitidas a concurso são habitações unifamiliares, da autoria dos arquitetos Hélder Coelho e Fernando Gomes.
Na cerimónia de entrega do prémio, o Câmara da Maia recordou João Álvaro Rocha e considerou que a iniciativa é a melhor forma de manter viva a memória de um homem que dedicou toda a sua vida profissional à arquitetura. Quanto ao prémio, António Silva Tiago espera que sirva para incrementar, "como é pretensão da Câmara Municipal, a valorização, reconhecimento e promoção de edificações e espaços públicos, localizados no território concelhio da Maia, que se destaquem não só pela sua qualidade arquitetónica e urbanística, mas sobretudo pela sua função social, cultural e inserção urbana".
O estádio do ISMAI é um projeto da autoria dos arquitetos José Carlos Loureiro, José Manuel Loureiro e Luís Pinheiro Loureiro. Segundo a organização, trata-se de "uma família de três gerações de arquitetos, todos formados na Faculdade de Arquitetura do Porto e na Escola Superior de Belas Artes do Porto".
Para o júri, o estádio, constituído por um campo de futebol, pista de atletismo, courts de ténis e estruturas complementares, "requalificou a relação entre os edifícios do campus e a paisagem, incluindo o estádio e o horizonte marcado pela linha de metro através da sensibilidade à topografia". A obra, consideram, "demonstra um domínio exemplar da proporção e racionalidade da distribuição do programa", apresenta uma "economia dos meios expressivos e reduzida paleta de materiais", satisfazendo "as três necessidades elementares do abrigo humano - proteção da chuva, sombreamento e ventilação - em encerramento mínimo sem recorrer a meios ativos de tratamento do ar".