<p>Mais do que o susto, aquilo que recordam alguns habitantes de Vila Franca da Serra, Gouveia, acordada na madrugada de segunda-feira por uma explosão no Café Avenida, é a imagem do proprietário: "Estava todo queimado". </p>
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"Estava completamente queimado, mas a andar pelo seu próprio pé e a falar com as autoridades até ser levado pelo INEM", recorda Tiago Martins, um dos muitos vila-franqueses que acorreu ao local pouco depois da meia-noite.
"Havia muitos destroços e, no meio da confusão, avistei o senhor Júlio sentado, completamente queimado. Foi uma imagem arrepiante", garante Alípio Lopes, que também testemunhou o pânico do casal que mora por cima do café e não via a hora de sair do edifício. "Estiveram quase a saltar para a rua, porque os bombeiros não tinham escada, mas lá se conseguiu arranjar uma para os fazer descer", refere.
O casal e um filho ficaram feridos sem gravidade, tendo sido assistidos no Centro de Saúde de Gouveia e regressado à aldeia para casa de familiares. Menos sorte tiveram Júlio Santos, de 52 anos, a mulher, de 40, e a sogra, com 80 anos, os únicos que se encontravam no café àquela hora, que tiveram que ser transferidos de helicóptero para os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) devidos às queimaduras.
Ao final da manhã de ontem, os três feridos graves foram internados na Unidade de Queimados com prognóstico reservado e ventilação artificial. "As vítimas apresentam queimaduras extensas que abrangem 60% a 80% da superfície corporal e também queimaduras inalatórias. Não há outras lesões traumáticas", referia uma nota do gabinete de comunicação dos HUC. À mesma hora, na Avenida Dr. Mário Figueira, dezenas de populares tentavam acompanhar as perícias dos investigadores da Polícia Judiciária, chamados ao local para apurar as causas da explosão, ao que tudo indica, provocada por uma fuga de gás. Segundo Artur Vaz, coordenador do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (PJ) da Guarda, "à partida tudo indica que terá sido uma situação acidental". Os agentes estiveram, ainda, no local a tirar medidas ao abaulamento de uma das fachadas do edifício, cuja saliência ameaça fazer ruir a estrutura.
"O rebentamento foi tão violento que danificou seriamente a estrutura e o interior do prédio", acrescentou Carlos Soares, comandante dos bombeiros de Gouveia.