É já na próxima terça-feira, dia 2 de novembro, que o túnel rodoviário de Santo Ovídio, em Gaia, será encerrado, obrigando os automobilistas a seguirem por vias alternativas.
Corpo do artigo
Por ali circulam diariamente 40 mil veículos que vão inundar vias adjacentes. Em causa está a construção do prolongamento da Linha Amarela de metro até Vila d'Este que utilizará esta zona subterrânea como plataforma logística e de armazenamento de equipamentos.
Serão 18 meses de obra, mas o túnel poderá ser aberto assim que o viaduto para levar o metro até à Rua de Cândido dos Reis, no Monte da Virgem, esteja concluído. Até lá, esperam-se problemas sérios no escoamento do tráfego, nomeadamente em vias como o IC 23, na A44 e na A1, mas a Autarquia e a Empresa do Metro já delinearam estratégias para minorar o problema.
14257776
"Apelamos para que os utilizadores adaptem os seus comportamentos e paralelamente vamos reforçar a oferta de transporte público e o policiamento na rotunda por ali ocorrerem alguns excessos no estacionamento abusivo", afirmou, ontem de manhã, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, durante uma visita às obras de prolongamento da Linha Amarela.
Constrangimentos
"É um constrangimento que altera a vida dos cidadãos, mas também sabemos que no final todos vamos beneficiar porque estaremos a contribuir para a descarbonização, utilizando-se um transporte como o metro que tem uma pegada menor que o transporte individual", referiu o presidente da Metro, que também participou na visita.
O responsável da empresa e o autarca de Gaia visitaram as obras, designadamente a cratera onde se constrói a futura Estação Manuel Leão. Um poço de três níveis, com uma altura equivalente a sete andares e que terá três acessos por escadas rolantes, um a sul e dois a norte, servindo a Escola EB 2, 3 de Soares dos Reis e os estúdios da RTP.
O projeto contempla mais três quilómetros de linha que contará com mais duas estações, uma no Centro Hospitalar de Gaia e outra na urbanização de Vila d'Este, onde residem mais de 15 mil pessoas. A linha parte da atual estação de Santo Ovídio, segue num viaduto com 600 metros e entra em túnel que começará a ser escavado ainda esta semana a partir da estação que servirá o hospital.
Linha Rosa com obras no terreno
Com estaleiros montados, mas do lado do Porto, está a construção da Linha Rosa do metro, que ligará a Casa da Música à estação de S. Bento. Esta nova ligação terá estações na Praça da Galiza e no Hospital de Santo António e vai servir polos de saúde, ensino, cultura e artes e, através de pequenas distâncias percorridas a pé, o Centro Materno Infantil, o Palácio de Cristal, a zona de Miguel Bombarda e as faculdades do Campo Alegre.
Dados
Linha com 16 anos
A Linha Amarela do metro do Porto existe desde 2005 e é a que tem maior procura, ligando Santo Ovídio ao Hospital de S. João, no Porto, com interface com as restantes linhas na Estação da Trindade, atravessando o Douro através do tabuleiro superior da Ponte Luís I.
63 mil clientes por dia
Com o prolongamento até Vila d'Este, que custará 98,9 milhões de euros, prevê-se um acréscimo de procura estimado em mais de 63 mil passageiros diários, o que levará a um incremento de quase 17 milhões de passageiros/ano e a uma redução de 2300 toneladas de CO2 anual.