A maioria da Câmara do Porto vai propor na reunião do executivo de terça-feira a alteração da localização da feira da Vandoma para a Alameda de Cartes, em Campanhã, e da feira dos Passarinhos para o Passeio das Fontainhas.
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A mudança, adiantada à Lusa por fonte oficial da presidência da autarquia, transfere a feira da Vandoma da zona das Fontainhas, na Sé (União de Freguesias do Centro Histórico) para a Alameda de Cartes, entre o viaduto da rua de S. Roque da Lameira e a denominada rotunda do Cerco, na freguesia de Campanhã.
Já a feira dos Passarinhos, que se realizava na Cordoaria, é transferida para o Passeio das Fontainhas, numa alteração decidida no âmbito do plano de reorganização das feiras da cidade que ainda tem de ser submetido a discussão pública, acrescentou a mesma fonte.
Fonte camarária acrescentou que a feira do Cerco se realiza no mesmo local para onde vai ser transferida a feira da Vandoma, pelo que a intenção da transferência é "aplicar um modelo que funciona bem" a outro evento.
O objetivo é, também, alcançar "ganhos de ocupação", já que na Alameda de Cartes (que se estende desde a zona de Contumil até perto do campo de futebol do Cerco) existe bastante espaço disponível, "fácil de delimitar".
Para além disso, a ocupação da via pública naquela artéria "não tem grandes consequências em termos de trânsito", acrescentou.
Na terça-feira, o executivo vai analisar esta proposta de mudança do local das feiras, da autoria da maioria liderada pelo independente Rui Moreira.
De acordo com fonte camarária, os atuais feirantes foram informados da alteração por carta datada de segunda-feira.
A missiva, a que a Lusa teve acesso, informa os comerciantes que vão ser "oportunamente" notificados para manifestarem vontade de participar na feira na sua nova localização.
A carta nota ainda que tal será feito apesar de os direitos de ocupação dos atuais feirantes terminarem com a alteração.
"Sem prejuízo dos direitos de ocupação dos atuais titulares virem a cessar com a alteração do local de realização da feira [...] será oportunamente notificado para manifestação de vontade quanto à ocupação de um lugar no futuro lugar de realização da feira", esclarece, no documento, o vereador da Inovação e Ambiente, Filipe Araújo.
O vereador refere também na carta que, "por deliberação do executivo camarário" de dia 21, foi "desencadeado o procedimento administrativo de alteração das normas que regulam a organização e funcionamento das feiras da área do município".
No final de fevereiro, e após uma reunião com vários moradores, a união de freguesias do Centro Histórico do Porto decidiu propor à câmara "uma experiência de um mês" na feira da Vandoma, com alteração de horário e policiamento permanente para pôr termo a problemas causados pelo aumento da venda ilegal, que tem provocado o alargamento do perímetro aos passeios das Fontainhas.
As queixas sobre a feira da Vandoma prolongam-se pelo menos desde dezembro de 2013, altura em que os moradores alertaram a câmara sobre alguns excessos, alegando que os feirantes bloqueavam ruas e violavam direitos dos habitantes.
A feira da Vandoma apareceu por iniciativa espontânea de jovens estudantes, que, nos anos setenta do século passado, na freguesia da Sé, aos sábados de manhã, vendiam "livros e roupas usadas, objetos de adorno e decoração", de acordo com a autarquia.
A feira, que é só para venda de objetos usados, mudou-se entretanto para a Alameda das Fontainhas e ali ficou, tendo estendido gradualmente a sua implantação aos espaços vizinhos.