A romaria de Nossa Senhora dos Remédios volta a animar Lamego, de 24 de agosto a 9 de setembro. São 17 dias de atividades, este ano ainda com mais espetáculos, que vão atrair ao concelho “muitas dezenas de milhares de visitantes”, segundo a Câmara Municipal, que organiza um evento que dá fôlego à economia local.
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O presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, adianta que “não há, nem é fácil de fazer” um estudo que meça o impacto económico das festas no concelho. Porém, conhece os operadores económicos, quer os do comércio tradicional, quer os ambulantes, e estes dizem que “o período das festas é fundamental para o equilíbrio das suas finanças do ano”.
É por isso que o autarca refere que o município “não se poupa a esforços no sentido de investir no programa das festas”. Sabe que “é dinheiro que fica no concelho”, gerado em torno do “negócio que se realiza neste evento”. Este ano o orçamento ronda, “no máximo, meio milhão de euros”.
Francisco Lopes salienta que o programa “renova-se ano após ano” numa romaria que é “principalmente religiosa”, mas que se “adapta às exigências normais da população”. Daí que o objetivo seja sempre “trazer para a festa a animação, os produtos regionais e as tradições”, em suma, “tudo o que diferencia Lamego de outros locais”.
Bárbara Bandeira e Mickael Carreira no cartaz
No cartaz da animação há bandas filarmónicas, grupos de folclore, artistas locais e regionais, bem com outros mais conhecidos a nível nacional. Destaque para Bárbara Bandeira, Minhotos Marotos, Rosinha, The Black Mamba, Mickael Carreira, Toy, Nuno Ribeiro e Nininho Vaz Maia. A “marcha luminosa” e “a batalha das flores”, bem como o fogo de artifício, são outros importantes atrativos da romaria.
Além do programa musical e demais atividades culturais e desportivas, as Festas dos Remédios em Lamego são marcadas pelo programa religioso, que culmina com a tradicional procissão do triunfo, em que os andores são transportados em carros puxados por juntas de bois. Alguns “ainda se arranjam no concelho e na região, e outros chegam da zona de Penafiel e também do Minho”, segundo o autarca lamecense.
Este ano, o dia da padroeira, 08 de setembro, feriado municipal, calha numa sexta-feira, o que promete mais visitantes ao concelho. Francisco Lopes está convencido de que “quem passar o fim de semana no Douro tem o apelativo complementar de ter a procissão do triunfo”, que também se traduz em cerca de “duas mil pessoas” no conjunto dos figurantes que dela fazem parte.
Para o futuro da “Romaria de Portugal”, como também são conhecidas as festas de Lamego, tal é a sua antiguidade, Francisco Lopes diz que existe um desafio que anda a ser amadurecido há vários anos. É o de “fazer coincidir os dias mais importantes com o fim de semana mais próximo do dia 8 de setembro”. E isto porque “é cada vez mais difícil organizar um grande evento em torno de um dia que, sendo festivo em Lamego, é um dia comum de trabalho no resto do país”. O assunto vai continuar “latente” e “sem pressionar”, mas “um dia terá de ser encarado”.
Este ano, o Festival de Música de Lamego, o ZigurFest, vai acontecer entre 27 e 29 de julho, e não integra o programa das festas, porque segundo Francisco Lopes, “tem autonomia suficiente para se realizar fora da romaria, com um programa autónomo para um público mais alternativo”