O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Norte caracteriza o anúncio do encerramento da refinação na Petrogal, em Matosinhos, como uma "notícia catastrófica", comparando-a a uma "terapia de choque".
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Em declarações ao JN, Telmo Silva, dirigente do SITE - Norte e membro da Comissão de Trabalhadores da refinaria da Petrogal, em Matosinhos, descreve o anúncio da Galp, "apresentado sem ponderação ou aviso prévio", como uma espécie de "terapia de choque", uma vez que, garante, "nunca houve, por parte da empresa, indicação de que isto pudesse vir a acontecer".
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O sindicalista afirma ainda que, durante uma reunião com o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, há cerca de cinco meses, as dúvidas dos trabalhadores "foram tranquilizadas" pelo governante, que terá garantido "a manutenção" da refinaria.
Perante um "cenário dramático", Telmo Silva alerta para o despedimento coletivo de entre 700 a mil trabalhadores, bem como o impacto que terá nas respetivas famílias. O sindicato acusa ainda a empresa de se "aproveitar da situação" da pandemia de covid-19 para acelerar um processo que, reforça Telmo, "nunca comunicou nada às estruturas sindicais" sobre um possível encerramento.
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"Muita passividade"
O também membro da Comissão de Trabalhadores da Petrogal vê a situação como o início da "desindustrialização completa do Norte do país", prevendo grandes prejuízos para a economia nacional. A situação da refinaria da Petrogal que, refere, "é um dos maiores polos industriais do país", está a ser encarada com "muita passividade", critica.
Seguir-se-ão reuniões de emergência com a empresa e com os trabalhadores, que o SITE-Norte irá convocar, bem como a marcação de protestos.