<p>Vários moradores do lugar de Paradamonte, em Britelo, Ponte da Barca, não ganharam, quinta-feira à noite, para o susto. O fogo florestal que deflagrou em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês chegou a ameaçar quatro casas, tendo os populares ajudado os bombeiros no combate às chamas.</p>
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“As labaredas eram enormes. Nunca tinha visto aqui tal coisa. Valeu-nos o trabalho dos bombeiros, que foram incansáveis. Se assim não fosse, não sei o que poderia ter acontecido.”
Residente paredes-meias com uma das habitações que esteve, ontem, na linha do fogo, Fausto Esteves assegura que os moradores do lugar de Paradamonte “viveram um autêntico inferno”.
As duas centenas de metros da ravina que separa as casas da margem do rio Lima – onde os moradores apontam que terá começado o incêndio –, apresentavam-se, ontem à tarde, completamente carbonizadas. Bombeiros de diversas corporações, que se mantinham em vigilância, apagavam, ainda, pequenos focos de incêndio.
O sinistro, que chegou a ser combatido por perto de 60 bombeiros, apoiados por mais de duas dezenas de viaturas, dois aviões e um helicóptero bombardeiro pesado, deflagrou ao princípio da noite de anteontem. Devido ao forte vento que se fazia sentir, as chamas galgaram rapidamente a ravina e, em pouco tempo, ameaçavam já as habitações, três delas habitadas.
“Nem me quero lembrar disso. Foi um pânico enorme. O fogo metia medo. Pode crer.” Ainda mal refeito do susto, Marco Pereira, emigrante em França e proprietário de uma das casas que esteve, anteontem à noite, ameaçada pelas chamas, evidencia que “todos os braços foram poucos” para ajudar os bombeiros.
Temendo que o pior pudesse vir a acontecer, a família chegou a retirar da habitação os objectos de maior valor, sem descurar o apoio aos “Soldados da Paz”. Contudo, Marco Pereira assinala que, antes de os bombeiros atingiram Paradamonte – localidade separada da sede de concelho por duas dezenas de quilómetros –, “foram os vizinhos que nos acudiram. Se cá não estivéssemos, não sei o que seria”.
Segundo o comandante dos “Voluntários” de Ponte da Barca, Alexandre Vieira, o incêndio só viria a ser dado como extinto ao final da manhã de ontem.
À hora de fecho desta edição, três incêndios florestais lavravam no distrito de Viana do Castelo: dois no concelho de Valença (que estavam já dominados) e um em Freixieiro de Soutelo, no concelho vianense, sinistro que mobilizava, então, perto de 80 bombeiros, apoiados por 25 veículos e um helicóptero bombardeiro pesado. O incêndio, que atingia já a localidade de Orbacém (Caminha) não ameaçava habitações.