<p>Um incêndio no túnel ferroviário de Espinho só com muita dificuldade seria debelado. A convicção é do comandante dos Bombeiros Voluntários de Espinho, Moisés Couto, que diz que nem eles nem os Bombeiros Voluntários Espinhenses, a outra corporação do concelho, possuem viatura de combate ao fogo própria para circular em túneis com carris.</p>
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“Aquando da obra de enterramento da linha, os engenheiros da REFER disseram-nos que não era normal haver incêndios em túneis, mas acontece que nós não estamos aqui à espera do normal. Nós que estamos no terreno temos de estar preparados para essa eventualidade e, neste caso, não estamos”, explicou Moisés Couto.
“A CP tem um carro-oficina para esse tipo de situações mas, como é evidente, tem muitos constrangimentos, começando pelo facto de antes de cegar ao local ter de fazer desviar outras composições que andem na linha”, acrescentou.
O investimento na referida viatura é, assim, uma necessidade, mas os parcos recursos da corporação não o permitem. “Temos de fazer contas todos os dias. Não há mecenas como antigamente”, fez notar o presidente da direcção da Associação Humanitária, Joaquim Conde Figueiredo.
“É verdade que temos um subsídio anual da Autarquia de 22,5 mil euros, porém já não o recebemos há três anos”, continuou.
A falta de dinheiro revela-se também na necessidade de novos equipamentos de protecção individual e de uma nova viatura pesada de combate a fogos florestais, com mais carga de água, que desse uma maior força de intervenção.
“Apesar de tudo, não podemos vacilar. A direcção geme para conseguir as coisas que precisamos e é verdade que não podemos partir para outros voos, mas dá-nos sempre garantia de poder prestar sempre um serviço de qualidade”, explicou Moisés Couto.
Um dos tais voos seria o de ter um novo quartel operacional. O actual, na Rua 16, o mesmo de há 115 anos, encontra-se verdadeiramente estrangulado em pleno centro da cidade.
Segundo Conde Figueiredo, a velha ideia se de construir um novo espaço no antigo quartel do Formal, em Silvalde, actualmente ao abandono, está de novo a ser objecto de conversações com a Câmara que já admitiu ceder o local às duas corporações.
“Não se trata para já da tão falada fusão, mas apenas de criar um agrupamento entre as duas associações de forma a podermo-nos candidatar a fundos comunitários e construirmos um quartel operacional como deve ser”, concluiu Conde Figueiredo.