O concelho de Vinhais, no Nordeste Transmontano, criou em torno do fumeiro regional uma fileira de negócio que rende seis milhões de euros anuais e emprega cerca 300 pessoas, segundo dados divulgados , esta terça-feira, por responsáveis locais.
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O peso económico desta actividade tem visibilidade anual na mais antiga Feira do Fumeiro, que já conta 32 anos e que, entre 9 e 12 Fevereiro, volta a animar a vila transmontana com cerca de 500 expositores de diferentes ramos de actividade.
O certame é uma das principais apostas turísticas do município local, mas o presidente da Câmara, Américo Pereira, sublinhou esta terça-feirae, na apresentação do cartaz da feira, que "é apenas uma montra" da dimensão desta actividade, que dinamiza o concelho ao longo de todo o ano.
O autarca ressalva que os números são "estimativas porque é difícil apurar a verdadeira dimensão económica" deste negócio que passa por "uma fileira complexa", desde a produção, restaurantes, hotelaria, transportadores, empresas de controlo de qualidade, à comercialização.
O autarca assegura, porém que as cerca de 40 toneladas de produtos vendidas, em média, na feira, representam apenas "dois a três por cento do total do comércio que se desenvolve durante todo o ano".
A auto intitulada "Capital do Fumeiro" começou com "meia dúzia de mulheres a venderem num largo da vila os enchidos que tradicionalmente se fazem nos lares transmontanos.
Assim nasceu a feira e teve início uma fileira que ajudou também a recuperar da ameaça de extinção o porco bísaro, o responsável pela matéria-prima, a carne, que distingue o fumeiro de Vinhais.
Todos os produtos têm qualidade certificada e já motivaram o aparecimento de 20 pequenas fábricas, 80 produtores licenciados, 70 unidades de transformação e 150 unidade de criação de suínos, ou pocilgas.
O circuito inclui ainda um matadouro que "dá lucro", segundo o autarca local, e que faz parte de todo esta economia que gira à volta do fumeiro num concelho em que só a castanha, já apelidada do petróleo transmontano, é mais rentável.
Américo Pereira garantiu que a feira do fumeiro de Vinhais não tem notado a crise.
As 200 camas disponíveis no concelho estão esgotadas e o movimento beneficia também concelhos vizinhos com os cerca de 50 mil visitantes esperados.
A feira ocupará 25 mil metros quadrados de área de exposição com 83 produtores de fumeiro, 45 expositores goumert com outros produtos regionais como o queijo, mel, vinho ou azeite.
O certame acolhe ainda mais de 70 artesãos e estende-se para além da área coberta com exposição de gado e maquinaria agrícola e outros feirantes.
A animação musical está presente durante os quatro dias da feira, assim como outras actividades, como um passeio equestre, uma corrida de touros e uma chega de bois.
Como já é tradição, a feira termina com a atribuição de prémios aos produtores que apresentem os melhores exemplares de enchidos.