<p>O fumo negro e com cheiro intenso do crematório de S. João da Madeira está a deixar os moradores de Fundo de Vila com os nervos à flor da pele. O fumo expelido pela chaminé entra nas habitações e torna o ar irrespirável quando o vento sopra um pouco mais forte.</p>
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"É um cheiro muito forte que nos deixa mal dispostos", afirma um dos moradores que, vivendo num bairro social, prefere o anonimato. "Em dias de muito vento, o fumo é empurrado em direcção aos nossos prédios e entra em casa. Temos que ter as janelas fechadas para não sermos incomodados com o cheiro parecido petróleo e madeira queimada", acrescentou o residente.
"Sempre que há um pouco de vento o fumo espalha-se pela estrada e chega aos nossos apartamentos. Ficamos mal dispostos e ainda mais indignados por sabermos que se trata de fumo de cremações", reclamou uma vizinha.
Da chaminé do crematório, que se encontra numa cota inferior aos prédios, sai um fumo negro intenso que com o vento é espalhado por toda a zona, atingindo os edifícios e invadindo os espaços da Rua do Poder Local. Por vezes, até o novo edifício do centro de saúde é afectado.
"Fui ao centro de saúde e quando vim para a rua até fiquei mal disposto com o fumo e este cheiro. Como é possível fazerem uma obra destas sem pensarem neste tipo de coisas?", questionou António Costa, cobrindo o rosto com uma camisola, para evitar o odor.
Os moradores lembram que são já vítimas diárias dos maus cheiros provenientes das fábricas de subprodutos animais do concelho vizinho de Santa Maria da Feira a que se junta, agora, o odor do fumo do crematório.
Perante as reclamações, a Câmara já fez saber publicamente que o crematório cumpre com todos os requisitos legais. Ao JN, adiantou, porém, que a empresa fabricante deverá fazer uma revisão ao equipamento esta semana.
O crematório instalado no cemitério n.º 3 é o único em funcionamento na região e por isso com um número cada vez maior, mas não conhecido com exactidão, de cremações. Entrou em funcionamento no início do corrente ano, depois de quase três décadas de espera pela sua construção.