O calor intenso de Março, seguido de geadas, que ainda se mantêm, terá destruído mais de metade da produção de cereja, só em Alfândega da Fé.
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Hortícolas, vinhedo e amendoais também estão a sofrer com baixas temperaturas.
Mais de metade da produção de cereja produzida na Terra Quente trasmontana está seriamente comprometida. As baixas temperaturas que se fizeram sentir, e ainda fazem, naquela região, são a principal causa que motivou uma quebra já estimada em 60% da produção. Sublinhe-se que a maior mancha de cerejal da região nordestina está situada na região de Alfandega de Fé, onde a Cooperativa Agrícola esperava colher, este ano, cerca de 80 mil quilos de cereja nos seus 50 hectares.
Segundo João Vítor, técnico daquela cooperativa, a quebra de produção está situada na ordem dos 60%, mas é preciso ter em conta as condições climatéricas previstas para os próximos dias. A floração do cerejal, com o calor do mês de Março, aconteceu mais cedo, cerca de 10 dias em relação ao seu período normal, situação que não foi nada favorável.
" A floração começava a limpar para dar lugar ao fruto. Com o frio e gelo que se fizeram sentir nos últimos dias de Março e início da Abril, a produção vai ter quebras na ordem dos 60%, para já," explicou o técnico agrícola.
Ao que foi possível apurar, a Cooperativa Agrícola de Alfandega da Fé não tem seguro de colheitas, "já que o preço dos seguros são elevados e a cobertura de danos é pequena".
Se o frio se mantiver, as preocupações com a agricultura vão aumentar, já que as produções hortícolas de Primavera estão igualmente comprometidas, o que vai afectar a economia de subsistência.
"Só no Vale da Vilariça, a produção hortícola já sofreu "uma quebra acentuada" que ronda os 80% da produção. Na vinha também há prejuízos significativos, principalmente nos vinhedos plantados próximos de cursos de água," disse, ao JN, Carlos Almendra, agricultor em Vilarelhos.
Devido à falta de água no solo e consequente "stress hídrico", há produções como a dos frutos secos (amêndoa e nozes) com quebras que também se vão reflectir na altura das colheitas.