Governo já suporta rendas mensais de 12 750 euros para comando ficar instalado no Seminário Menor.
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O comando distrital da GNR de Braga, que paga rendas mensais de 12 750 euros à diocese de Braga há uma década, para estar instalado no Seminário Menor e em contentores, está agora a financiar, também, os custos de novos vestiários destinados aos guardas. A situação está a causar indignação, uma vez que, além de ansiarem por um novo quartel, "está a ser gasto dinheiro em instalações que não são da GNR", critica o coordenador da Região Norte da Associação de Profissionais da Guarda (APG), Paulo Pinto.
"Entendo que o comandante queira dar melhores condições ao pessoal, mas continuamos a tratar a doença com genéricos. As obras não resolvem o problema dos contentores. Estão a empurrar o problema", lamenta o dirigente associativo, exigindo que o Ministério da Administração Interna (MAI), o Comando-Geral da GNR e a Câmara de Braga "encontrem uma solução definitiva, que passará sempre pela construção de um edifício de raiz".
assumido pela gnr
O MAI admitiu, ao JN, que as obras no seminário "destinam-se a melhorar os vestiários dos guardas que ali prestam serviço" e os custos dessa manutenção, cujo valor não foi divulgado, "são assumidas pela GNR conforme estabelecido no contrato de arrendamento com a diocese de Braga". Ainda assim, o Governo reconhece que "as condições estruturais do local justificam que continue a ser prioritário encontrar um espaço alternativo", seja do Estado ou cedido pelo Município.
Tal como o JN adiantou, em dezembro, o quartel provisório da GNR de Braga já custou cerca de 1,6 milhões de euros em rendas. Na altura, Paulo Pinto queixou-se que cerca de 50 profissionais do Posto Territorial, do Gabinete de Apoio ao Cidadão e Secção de Radares, que trabalham em contentores, vivem num "foco de insalubridade e doença", com "ratos, infiltrações e humidade".
Sobre as recentes queixas que chegaram ao JN de haver guardas que estão a exercer funções para lá da sua categoria ou posto, o ministério garante que as mesmas estão "de acordo com o Estatuto e o Regulamento Geral do Serviço da Guarda".
DESCONFORTO
Município sem contactos sobre novo quartel
O Ministério da Administração Interna reconhece que é "prioritário" um novo edifício para o comando distrital da GNR de Braga, mas o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rio, admite que, desde o início da pandemia, não recebe contactos do Governo sobre essa matéria. Ao mesmo tempo, assume o autarca, "todos os comandantes com quem [foi] mantendo contacto deram nota do desconforto com o local onde estão atualmente a trabalhar".